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“Não podia tolerar censura”. João Ribas explica a demissão de Serralves

16 out, 2018 - 15:56

O diretor demissionário do Museu de Arte Contemporânea de Serralves disse no Parlamento que foram retiradas obras perto da abertura da exposição e o cancelamento chegou a estar em cima da mesa.

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João Ribas, ex-diretor do Museu de Serralves, afirma que houve censura no caso da exposição de Robert Mapplethorne. Ribas foi esta terça-feira ao Parlamento explicar a sua demissão e a polémica em torno da exposição.

O antigo diretor do Museu de Arte Contemporânea de Serralves demitiu-se no dia 21 de setembro, depois de a administração da Fundação de Serralves ter interditado a menores de 18 anos uma parte da exposição do fotógrafo norte-americano Robert Mapplethorpe.

Ribas apontou também que foram retiradas algumas obras com conteúdo sexualmente explícito e que a exposição passou de 179 obras para 159, algo que a administração da Fundação de Serralves negou. "Em Serralves não há, nem nunca houve censura, nem nunca sob a nossa responsabilidade haverá censura", disse a presidente do Conselho de Administração, Ana Pinho.

Esta terça-feira, no parlamento, João Ribas relatou o que se passou no museu ao longo da montagem, antes da abertura da exposição. Segundo o ex-curador, a montagem começou no dia 15 e, dois dias depois, foi "chamado para construir um muro para separar algumas obras".

No dia seguinte, algumas obras mudaram de lugar. No dia 19, um dia antes da conferência de imprensa, representantes da fundação norte-americana [Robert Mapplethorpe] visitaram a exposição "e a palavra cancelar foi referida".

A gota de água terá sido no dia 20, o dia anterior à abertura da exposição. Uma hora antes da conferência de imprensa, Ribas recorda que "duas obras foram mandadas retirar" e várias pessoas assistiram, tendo ficado "registadas pelas câmaras de videovigilância".

No início do mês, a 4 de outubro, os deputados da comissão parlamentar de Cultura visitaram a exposição dedicada a Robert Mapplethorpe, comissariada pelo ex-curador João Ribas. As audições ao diretor demissionário e à administração da Fundação de Serralves foram pedidas pelo Bloco de Esquerda e pelo PS, e a comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto aprovou no início do mês.

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  • Petervlg
    17 out, 2018 Trofa 09:29
    Será que este fulano, João Ribas, sabe o que é censura? pelos vistos só se quer evidenciar, porque revela-se uma pessoa sem qualquer tipo de escrúpulos

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