Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Sete anos depois, Portugal está fora do "lixo"

12 out, 2018 - 21:52

Moody's foi a última agência a melhorar nota portuguesa. Centeno já comentou considerando que é “sinal que o caminho que escolhemos é credível”.

A+ / A-

A agência de notação financeira Moody's subiu o 'rating' de Portugal para 'Baa3', com perspetiva estável, retirando o país do 'lixo'.

Desde julho de 2014 que a agência de 'rating' norte-americana tinha atribuído a Portugal a notação 'Ba1', sendo até hoje a única entre as quatro maiores agências a atribuir à dívida pública portuguesa uma nota especulativa, quando já a Standard & Poor's (S&P), Fitch e DBRS tinham colocado o país no patamar de investimento.

Para a subida do 'rating', a Moody's apresenta duas razões: "a elevada dívida pública de Portugal tem evoluído para uma tendência de queda sustentável, embora gradual, com limitados riscos de reversão", e o "alargamento dos 'motores' de crescimento de Portugal e uma melhoria da posição externa", que "aumentaram a resiliência económica".

A perspetiva estável de Portugal reflete um "equilíbrio dos riscos a nível mais elevado da notação", segundo a Moody's.

Centeno. “Sinal que o caminho que escolhemos é credível”

O ministro das Finanças considera que a revisão em alta do 'rating' da República pela agência Moody's "revela um notável desempenho da economia portuguesa" e mostra que o caminho escolhido há três anos pelo atual Governo "é credível".

"Esta consolidação do 'rating' da República portuguesa no grau de investimento pelas quatro principais agências de notação financeira é um sinal claro de que o caminho que escolhemos há três anos é um caminho credível, era um caminho possível que está a ser feito com base no equilíbrio das contas públicas", disse o ministro das Finanças, Mário Centeno.

"Esta revisão coloca a dívida portuguesa com a classificação de investimento por todas as quatro maiores agências de 'rating' mundiais", enfatizou o ministro, acrescentado que é a primeira vez que isto acontece desde julho de 2011.

Para Mário Centeno, "estas avaliações refletem o mérito dos portugueses em ultrapassar as dificuldades" que foram "colocadas durante a crise".

"Hoje temos confiança, reconhecimento e credibilidade nos mercados internacionais", salientou o ministro das Finanças.

"Esse reconhecimento revela o notável desempenho da economia portuguesa em várias dimensões, desde logo no crescimento, na criação de emprego e na redução do desemprego, mas também no facto de este crescimento ser sustentado em dois pilares que reforçam a confiança no futuro, no investimento e nas exportações", afirmou Centeno.

Com a retirada de Portugal do 'lixo' pela Moody's, as quatro agências principais de 'rating' reconhecem que "o setor financeiro em Portugal está mais sólido, mais resiliente, muito mais eficaz", disse ainda o ministro das Finanças.

Este reconhecimento "do esforço dos portugueses" também é visto ao nível da evolução das finanças públicas, com a "redução consistente do défice orçamental", que é das maiores no espaço europeu dos últimos anos.

Mário Centeno referiu que em 2017 Portugal registou "a maior redução da dívida pública dos últimos 19 anos", salientando que as projeções para 2018 "confirmam esta tendência e assim se deverá manter".

"O compromisso que o país assumiu internamente de consolidação das contas públicas é um compromisso credível, que devemos manter", afirmou o ministro, destacando que, "passados sete anos, Portugal está hoje em pleno nos mercados".

Segundo afirmou, a revisão do 'rating' "contribuiu ainda mais para alargar a base de investidores internacionais na dívida pública portuguesa e assim reduzir os custos de financiamento das famílias, das empresas e, naturalmente, do Estado".

"Esta credibilidade e sustentabilidade deve naturalmente ser partilhada por todos", disse, concluindo: "Hoje é um bom dia para a economia portuguesa, para as finanças em Portugal e devemos estar todos orgulhosos".

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Tuga
    12 out, 2018 Faro 22:40
    Malvados, agora que já estávamos habituados! Agora é que o fanfarrão Kostov vai ficar todo inchado!

Destaques V+