10 out, 2018 - 16:06
O líder parlamentar do PSD, Fernando Negrão, acusa o primeiro-ministro de banalizar o caso de Tancos. António Costa lamentou que os sociais-democratas estejam a “partidarizar” as Forças Armadas, algo que “não via desde 1975”.
A troca de críticas aconteceu durante o debate quinzenal desta quarta-feira, na Assembleia da República.
Fernando Negrão começou por questionar o primeiro-ministro sobre a notícia de que o ex-chefe de gabinete do ministro da Defesa, afinal, tinha recebido documentos sobre o furto de armas em Tancos e exigiu que sejam tiradas consequências.
António Costa defendeu a atuação do ministro da Defesa, Azeredo Lopes, e do chefe de Estado Maior do Exército, general Rovisco Duarte, e disse que aguarda “serenamente a conclusão das investigações em curso”.
Foi então que o líder parlamentar do PSD acusou o primeiro-ministro de “desvalorizar e banalizar este problema que é grave demais. Estão em causa as Forças Armadas. O que fez a hierarquia militar e a tutela política para evitar que as armas andem ao deus-dará?”, perguntou.
Costa garante não desvaloriza o caso e sente-se “chocado” com a “falta de sentido de Estado” do PSD e por verificar uma situação que desde 75 não se verificava que é a partidarização da discussão em torno das chefias militares”.
Fernando Negrão rejeita a ideia de “partidarização”, diz que o PSD exige é “cuidado com as Forças Armadas”.
O primeiro-ministro diz que não conhece o conteúdo do documento entregue, esta quarta-feira, no DIAP pelo antigo chefe de gabinete do ministro da Defesa e Azeredo Lopes também não terá conhecimento.
António Costa passou depois ao contra-ataque: “Fico curioso por saber se o documento é ou não importante. Não querendo acreditar que tenha acesso a documentos em segredo de justiça, como sabe se o documento é importante ou não. Estou muito curioso em saber o que sabe e não nos quer contar. Um dia todos haveríamos de saber o que canta um sabia sobre esta história de Tancos”.