09 out, 2018 - 21:14
O PCP "não abdica" e não desiste da proposta de redução do IVA da eletricidade e do gás, afirma o líder comunista, Jerónimo de Sousa, para quem a solução preconizada pelo Governo é "nebulosa".
“Não abdicamos dessa nossa proposta da redução do IVA. A posição do Governo é nebulosa, não estamos a falar de um artigo de luxo, mas de uma necessidade impreterível das famílias e das empresas”, afirma o secretário-geral do PCP, em entrevista à TVI.
O partido não definiu "linhas vermelhas" para o Orçamento do Estado do próximo ano, mas uma redução do défice orçamental para 0,2% "não é justificável", defende Jerónimo de Sousa.
“Esta redução do défice a mata cavalos não é justificável. O Governo é mais papista do que o Papa", afirma o secretário-geral do PCP.
Um défice um pouco maior poderia ser investido na Saúde, Educação ou transportes, defende. "Continuamos com país adiado tendo em conta a afirmação de uma política alternativa", lamenta.
Jerónimo de Sousa considera que "sem a libertação destes constrangimentos impostos do exterior, a que o Governo se submete de forma mole, não encontraremos a resposta duradoura para resolvermos problemas nacionais que estão para além do Orçamento do Estado".
"O sinal" de Marcelo aos professores e aumentos para "todos" os funcionários públicos
O PCP defende um aumento de dez euros em todas as pensões e reformas, "logo em janeiro de 2019", mas o Governo de António Costa pretende "distanciar no tempo" uma possível subida, adianta o líder comunista.
Em relação à Função Pública, o Governo diz que tem 50 milhões para aumentos, no entanto Jerónimo de Sousa considera que "é pouco e deve haver reconsideração dessa verba”.
O secretário-geral do PCP defende um “aumento legítimo num setor que não tem aumentos há nove anos”, sublinhando que os funcionários públicos perderam cerca de 12% do poder de compra.
Questionado sobre a possibilidade defendida por António Costa de aumentos apenas para os escalões mais baixos, Jerónimo de Sousa defende uma subida "para todos os funcionários públicos".
O que fará o PCP chumbar o Orçamento? "No caso uma política de retrocesso nos direitos e rendimentos, naturalmente não votaríamos a favor do Orçamento", responde o líder comunista.
“Temos um princípio fundamental: o primeiro compromisso e principal é com os trabalhadores portugueses, não com o Governo do PS”, sublinha Jerónimo de Sousa.
Sobre o braço de ferro entre Governo e professores, considera que o Presidente da República "está a dar um sinal" quando decidiu receber os sindicatos no Palácio de Belém.