08 out, 2018 - 20:00
Os sindicatos de professores foram recebidos esta segunda-feira pelo Presidente da República e pediram a Marcelo Rebelo de Sousa que vete o decreto de lei do Governo que descongela parcialmente a carreira dos docentes.
Foram 50 minutos de audiência do Presidente da República com os sindicatos de professores, em Belém. Marcelo Rebelo de Sousa recebeu os dirigentes que lideram os protestos para exigir a recuperação total do tempo de serviço congelado.
No final do encontro, Mário Nogueira, da Federação Nacional de Professores (Fenprof), afirmou que pediram ao Presidente para vetar o decreto lei do Governo, aprovado na quinta-feira passada, e repetiram as críticas ao Governo.
“Expusemos o ponto de vista e a grande indignação dos professores. O ambiente nas escolas é terrível, é muito negativo e solicitámos ao sr. Presidente foi que não promulgue, vete, este decreto de lei.”
Mário Nogueira explicou ainda que nesta audiência quiseram dar ao Presidente da República a perspetiva sindical desta questão. Não foram a Belém à espera de uma resposta de Marcelo.
"Não era isso que nós vínhamos aqui pedir que nos dissesse. Trouxemos tópicos para a reflexão do sr. Presidente da República, que agora, com certeza, falará com o sr. primeiro-ministro e, hoje, terá outros argumentos que talvez não estivesse na sua posse. Faltava a perspetiva sindical, de quem percebeu que nunca houve negociação", sublinha Mário Nogueira, da Fenprof.
Em causa está o descongelamento do tempo de serviço dos professores. O Governo aprovou dois anos, nove meses e 18 dias, mas os docentes reivindicam nove anos, quatro meses e dois dias.
Os sindicatos dos professores entregaram esta segunda-feira um pré-aviso de greve, para o período de 15 de outubro a 31 de dezembro.
No pré-aviso de greve, que estava já anunciada, os sindicatos consideram "intolerável que o mesmo Governo que elimina anos de trabalho aos professores imponha, em cada ano, horários que o agravam em 30%" e manifestam o seu "repúdio pela dupla ilegalidade (eliminação de tempo de serviço e imposição de horários que desrespeitam o ECD)".