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Morreu Montserrat Caballé, a diva que nunca o quis ser

06 out, 2018 - 09:09

Tinha 85 anos. Ao longo da carreira cantou ao lado de nomes como Pavarotti e Freddie Mercury.

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Montserrat Caballé, a soprano que uniu a ópera com o rock
Montserrat Caballé, a soprano que uniu a ópera com o rock

Morreu, este sábado de madrugada, a soprano espanhola Montserrat Caballé. Tinha 85 anos e estava internada num hospital em Barcelona desde setembro, devido a um problema de vesícula.

Era considerada uma das maiores cantoras líricas de todos os tempos, mas nunca quis ser chamada de diva. Fez mais de quatro mil apresentações desde que começou a sua carreira, em 1956, e dividiu o palco com grandes artistas como Luciano Pavarotti, Plácido Domingo, José Carreras e o cantor rock Freddie Mercury, tendo ficado para a história a música "Barcelona", usada como hino dos Jogos Olímpicos de 1992.


Os dois artistas gravaram mesmo um albúm em conjunto, donde se destacam canções como "How Can I Go On".


O velório de Montserrat realiza-se no domingo, a partir das 14h00, e o funeral irá realizar-se na segunda-feira, segundo avança o jornal “La Vanguardia”.

"Callas + Tebaldi = Caballé"

Começou por ser modesto o percurso de Montserrat Caballé no canto lírico, apesar de se aventurar em peças pouco frequentes para cantoras espanholas.

A sua carreira foi lançada quando, inesperadamente, teve de substituir Marilyn Horne na ópera Lucrezia Borgia, de Donizetti. A sua atuação rendeu-lhe 25 minutos de aplausos no fim da representação.

No dia seguinte, um dos mais importantes críticos nova-iorquinos titulava: "Callas + Tebaldi = Caballé". A partir daí, ficou conhecida como uma das grandes divas da ópera mundial e os seus espetáculos ficavam esgotados.

O repertório que construiu ao longo da sua carreira inclui uma grande variedade de estilos. Fez mais de 130 gravações.

O trabalho que fez com o vocalista da banda Queen, Freddie Mercury, ficou marcado como um mito na união de uma cantora de ópera com um cantor de rock, sendo considerado um dos melhores trabalhos de ambos.



Não conseguiram cantar juntos na abertura dos Jogos Olímpicos de Barcelona, porque Freddie Mercury morreu no ano anterior, fez-se um dueto virtual que muito emocionou o mundo.

O dueto voltou repetir-se em 1999, antes da final da UEFA Champions League, altura em que Montserrat fez um tributo a Freddie Mercury, cantando Bohemian Rhapsody ao lado de um cantor de heavy metal: Bruce Dickinson, vocalista da banda Iron Maiden.

Caballé ganhou um Grammy e foi distinguida com o prémio Príncipe das Astúrias das Artes em 1991.

No dia em que se sabe da sua morte, o jornal “El Mundo” chama-lhe “uma soprano todoterreno que levou a ópera ao nível seguinte”.

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