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Polícia Judiciária Militar. “Nova direção vem dar novo fôlego”, diz Gil Prata

02 out, 2018 - 13:04

Antigo sub-diretor da PJM fala em “comportamentos incorretíssimos” da parte de Luís Augusto Vieira, agora substituído.

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A nomeação de um novo diretor geral da Polícia Judiciária Militar (PJM) marca uma nova etapa na instituição e, na opinião do coronel Vítor Gil Prata, tinha de acontecer agora, já que o anterior diretor está detido.

“Uma nova direção vem dar um novo fôlego à instituição. Não se pode confundir instituição com os seus agentes. Numa democracia, não pode ser feito”, diz à Renascença o militar que já foi sub-diretor da PJM.

Gil Prata deteta sinais de uma perseguição contra esta polícia: “Deve incomodar muita gente. Porque, de tempos a tempos, aparece a peregrina ideia de que há que extinguir este órgão de polícia criminal.”

Na opinião de Gil Prata, o processo do aparecimento das armas de Tancos revela comportamentos errados por parte do anterior diretor.

“Não encontro qualquer justificação para uma sucessão de alguns comportamentos que, a meu ver, são incorretíssimos, são ilegais e não podem ser de modo algum justificados ou fundamentados. Posso dar uma explicação, mas não uma justificação”, critica.

“O mal-estar que foi desde o início criado com a investigação, a desconsideração que desde o início a Polícia Judiciária Militar assumiu, terá levado a que agora sejamos nós a descobrir e a reaver o material”, acrescenta.

O mal-estar a que Gil Prata alude teve início pouco depois do furto dos paióis, quando a PJM foi afastada das investigações pela Procuradoria-geral da República, o que pode ter levado o anterior diretor a tomar certas atitudes

“Acima de tudo, um erro de análise, talvez da PJM, ao pensar que outros órgãos da polícia criminal poderiam conhecer a questão dos suspeitos e um erro de análise de pensar que o outro órgão de polícia criminal – a PJ e mesmo as autoridades judiciais – poderiam admitir a possibilidade de o material poder ser vendido para justificar alguns tipos de crimes que inicialmente estiveram na origem da atribuição da competência à PJ civil”, explica.

O processo do aparecimento das armas de Tancos levou à detenção do diretor da Polícia Judiciária Militar, de três militares da GNR e do porta voz da PJM , Vasco Brazão, que estava na República Centro-Africana mas já está a ser interrogado.

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