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Brasil. Haddad principal alvo no debate e Bolsonaro ausente

27 set, 2018 - 01:20

A primeira volta das presidenciais é no dia 7 de outubro.

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A educação e a saúde foram os temas que dominaram o debate televisivo que juntou na quarta-feira oito dos 13 candidatos às eleições presidenciais do Brasil.

Álvaro Dias (Podemos), Cabo Daciolo (Patriota), Ciro Gomes (PDT - Partido Democrático Trabalhista), Fernando Haddad (PT - Partido dos Trabalhadores), Geraldo Alckmin (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira), Guilherme Boulos (PSOL - Partido Socialismo e Liberdade), Henrique Meirelles (MDB - Movimento Democrático Brasileiro) e Marina Silva (Rede) foram os candidatos presentes neste debate.

Jair Bolsonaro, do Partido Social Liberal (PSL), líder das intenções de voto nas mais recentes sondagens, manteve-se ausente por estar hospitalizado desde o dia 6 de setembro, depois de ter sido esfaqueado numa ação de campanha em Juiz de Fora, no estado de Minas Gerais.

Dividido por blocos, na primeira parte do debate, em que os candidatos fizeram perguntas entre si, a interação entre Haddad e Marina foi o grande ponto de tensão.

Em crescimento nas últimas sondagens, o candidato do PT tornou-se o principal alvo de Marina Silva e de Ciro Gomes, que colocaram em causa o Governo de Temer, o atual Presidente da República.

"Quem colocou Temer [na presidência] foram vocês. Temer traiu Dilma [ex-chefe de Estado] e não conseguiria chegar lá sem a ajuda de vocês", disse Haddad, referindo-se ao apoio de Marina concedido ao 'impeachment' da ex-Presidente Dilma Rousseff.

Marina Silva retorquiu: "Engraçado falar de 'impeachment' depois de pedir a benção a Renan Calheiros (MDB), que apoiou o 'impeachment'. São dois pesos e duas medidas. O PT faz o discurso dos trabalhadores e leva o país ao buraco com o Temer".

Já no bloco seguinte, no qual os candidatos responderam a questões colocadas pelos jornalistas, foi a vez de Ciro Gomes confrontar Fernando Haddad. Questionado sobre a possível composição do seu governo caso fosse eleito, Ciro respondeu: "Se puder governar sem o PT, eu prefiro".

No entanto, o candidato do PDT reconheceu os feitos das gestões passadas do PT, mas afirmou que o Partido dos Trabalhadores ajudou a criar uma "estrutura de poder odiosa, que criou essa figura horrorosa que é o Bolsonaro".

Líder das intenções de voto dos brasileiros, o ausente Bolsonaro foi lembrado apenas pontualmente.

Além da citação de Ciro, outra menção relevante foi feita por Guilherme Boulos, que relembrou o episódio em que o capitão reformado do Exército defendeu a disparidade salarial entre homens e mulheres, quando afirmou que os empresários têm direito a pagarem menos a mulheres do que a homens.

Tecnicamente afastado da segunda volta das eleições presidenciais, com 1% das intenções de voto, de acordo com as últimas sondagens, Boulos protagonizou com Alckmin outro dos principais confrontos do debate, ao destacar a questão da educação.

"Quando era professor, faltava giz na sala de aula, faltava papel higiénico nas casas de banho das escolas, os professores [eram] desvalorizados", disse o candidato do PSOL.

"Tenho 40 anos de vida pública, sempre trabalhei, não fui desocupado, não invadi propriedade, não tenho nenhuma condenação", replicou Geraldo Alckmin, negando o encerramento de escolas.

Abordando o tema da saúde, Ciro Gomes, que foi submetido a uma cirurgia na terça-feira, apresentou as suas propostas para essa área, entre elas um fundo nacional para os postos de saúde cumprirem determinadas metas.

No entanto, foi prontamente questionado pelo adversário do Patriota, Cabo Daciolo, sobre o motivo de ter escolhido um hospital privado, o Hospital Sírio Libanês, em detrimento de um público para ser operado.

"Você ficou doente e correu para o Sírio", acusou Daciolo.

Ciro afirmou que foi o próprio o médico que o acompanha a pedir que a cirurgia fosse feita no Hospital Sírio Libanês.

"Eu sou daqueles 20% que pode pagar plano de saúde e não sou demagogo para dizer o oposto", disse o candidato, acrescentando que quer mudar a realidade da saúde pública.

O debate foi promovido pelo canal televisivo SBT, pelo jornal Folha de S. Paulo e pela plataforma online UOL.

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