24 set, 2018 - 22:16
O poder político “sucumbiu” à máquina do Estado, diz o presidente da Câmara do Porto sobre a decisão do Governo de suspender a deslocalização do Infarmed para aquela cidade.
Rui Moreira reagiu, esta segunda-feira, à decisão anunciada pelo Governo de remeter o processo para o Parlamento, nomeadamente, para a comissão independente para a descentralização.
O autarca já não acredita que o Infarmed seja transferido para o Porto e diz que o processo é anedótico.
“Considero que este é um processo, como já parecia óbvio, em que o poder político sucumbiu à máquina do Estado e à máquina instalada.”
O presidente da Câmara do Porto garante que não foi contatado por nenhum membro do Governo.
“Fomos confrontados através da comunicação social, a quem agradeço ter-nos comunicado aquilo que foi anunciado pelo sr. ministro da Saúde no Parlamento, que vai contra aquilo que era uma deliberação do Conselho de Ministros. Até hoje, ninguém do Governo, seja o ministro ou o primeiro-ministro, falaram comigo ou tentaram falar comigo, que seja do meu conhecimento”, lamentou Rui Moreira.
O autarca já não acredita que o Infarmed seja transferido para o Porto e recorda a letra de uma música.
“Tenho a certeza que o Infarmed vai continuar ‘forever and ever’ em Lisboa, como diz a música. Andamos há quase um ano nesta conversa. Aquilo que era uma decisão anunciada, pensada, estudada do sr. primeiro-ministro e do sr. ministro da Saúde foi alterada. Por que foi alterada? Vai ter que perguntar a eles. Se me perguntar se acredito que vem: não”, afirma Rui Moreira.