Tempo
|
A+ / A-

​PCP quer salário mínimo nos 650 euros já em 2019

24 set, 2018 - 16:01

"A distribuição da riqueza em Portugal é reveladora de uma profunda injustiça social. Atualmente, um por cento da população detém 25% da riqueza naciona", argumenta Jerónimo de Sousa.

A+ / A-

O secretário-geral do PCP anunciou, esta segunda-feira, a entrega de uma resolução para fixar em 650 euros o salário mínimo a partir de janeiro e adiantou que reclamará um aumento dos vencimentos dos trabalhadores da administração pública.

Estas posições foram assumidas por Jerónimo de Sousa na Assembleia da República, logo na abertura de uma sessão pública promovida pelo Grupo Parlamentar do PCP sobre alterações à legislação laboral e direitos dos trabalhadores.

Na sua intervenção, o secretário-geral do PCP afirmou que uma das principais prioridades políticas passará pela exigência junto do Governo de um aumento salarial para todos os trabalhadores, em particular os da administração pública, em 2019, em paralelo com o aumento do salário mínimo nacional em janeiro próximo.

"O Grupo Parlamentar do PCP acabou de apresentar um projeto de resolução com esse objetivo. Para o PCP, o aumento do salário mínimo nacional é imperioso por razões de justiça social e para que haja uma mais justa distribuição da riqueza", justificou.

Jerónimo de Sousa invocou também "razões de carácter económico" para este aumento do salário mínimo, já que "aumentar o poder de compra dinamiza o mercado interno".

"A distribuição da riqueza em Portugal é reveladora de uma profunda injustiça social. Atualmente, um por cento da população detém 25% da riqueza nacional. E cinco por cento da população acumula quase 50% da riqueza nacional", alegou ainda o secretário-geral do PCP.

Em relação à questão da discussão na especialidade das alterações ao Código de Trabalho, o secretário-geral do PCP criticou duramente a atuação do "Governo minoritário do PS, em convergência com PSD e CDS", expondo, depois, quais as principais alterações que reclamadas pela bancada comunista.

"A questão não está encerrada e vai decorrer uma fase na especialidade com um calendário ainda por definir. Este é um tempo de alerta, de esclarecimento e de mobilização", advertiu Jerónimo de Sousa.

No processo de debate na especialidade sobre as alterações ao Código de Trabalho, o PCP vai exigir o fim da caducidade da contratação coletiva" e insistir "na introdução do princípio do tratamento mais favorável ao trabalhador".

"Em vez de pôr fim à praga do trabalho temporário e do abuso de contratos a prazo, o Governo incide sobre aspetos limitados que não resolvem estes problemas", considerou o líder comunista, antes de criticar o executivo por demonstrar "tolerância" perante o fenómeno da precariedade.

"O pagamento de uma taxa pelas empresas que ultrapassem um determinado nível de precariedade não altera o significado dessa medida, que mais do que combater a precariedade significa antes a sua legitimação", contrapôs, numa alusão a um dos aspetos mais controversos constantes na proposta do Governo já aprovada na generalidade no final da passada sessão legislativa.

Jerónimo de Sousa acusou ainda o Governo de "não dar o exemplo no combate à precariedade e de bloquear soluções" na administração pública e no setor empresarial do Estado.

Neste ponto, o secretário-geral do PCP sustentou que "são muitos ainda os trabalhadores por integrar" nos serviços do Estado e que este processo já deveria estar concluído em 31 de maio passado.

"O Governo insiste ainda em manter a desregulação dos horários, promovendo quer a chamada adaptabilidade, quer o banco de horas grupal, criando crescentes dificuldades de compatibilização entre a vida profissional e a familiar", acrescentou o secretário-geral do PCP.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Edmundo
    24 set, 2018 lisboa 17:28
    A distribuição de riqueza do PCP é uma causa do atraso economia portuguesa.Veja.se o q aconteceu na URSS,Cuba,Venezuela etc.Sao estas economias e vida que PCP qer e defende?Estes países tem alto nível de vida e desenvolvimento.Cada um escolherá o destino do País em próximas eleições e terão o q escolherem.A emigração é a chaga e representa o atraso do País.Mais atraso????Mais emigração?
  • SINTO NOJO
    24 set, 2018 17:09
    é só o salário minimo que sobe e qualquer dia já está igual aos que ganham um pouco acima. Deixou de haver mérito e respeito pelos trabalhadores. Os outros salários é para manter sempre já são muito elevados para os beneficiados. NOJENTOS!

Destaques V+