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Lituânia. Papa visita antiga prisão do KGB e homenageia as vítimas

23 set, 2018 - 16:16 • Aura Miguel na Lituânia, com Agência Ecclesia e Redação

Francisco rezou no Museu da Ocupação e Lutas pela Liberdade, junto de bispo que foi deportado para a Sibéria pela URSS.

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Papa visita antiga prisão do KGB na Lituânia
Papa visita antiga prisão do KGB na Lituânia

O Papa Francisco encerrou este domingo o programa oficial de dois dias de visita à Lituânia com uma oração na antiga sede do KGB em Vilnius, evocando as vítimas das repressões e perseguições do século XX.

“Senhor, não permitais que sejamos surdos ao grito de todos aqueles que hoje continuam a erguer a voz para o céu”, disse, durante a visita.

As passagens pelos memoriais às Vítimas da Ocupação e Lutas pela Liberdade, na Lituânia, e a Vítimas do Gueto, durante o Holocausto, com a deposição de flores, eram considerados momentos particularmente simbólicos da segunda visita de um Papa ao país, 25 anos da viagem de São João Paulo II.

Francisco foi acompanhado, entre outros, por D. Sigitas Tamkevicius, jesuíta e arcebispo emérito de Kaunas, que foi preso pelas autoridades comunistas e deportado para a Sibéria sob a acusação de promover atividades antissoviéticas.

No Museu da Ocupação e Lutas pela Liberdade, o Papa, D. Sigitas Tamkevicius e o arcebispo de Vilnius, D. Gintaras Grusas – que guiou a visita -, desceram às celas números 9 e 11, onde Francisco acendeu uma vela em memória das vítimas, entre eles vários bispos e religiosos católicos, seguindo em silêncio para as salas de execuções.

"Neste lugar da memória, nós Vos imploramos, Senhor, que o vosso grito nos mantenha despertos. Que o vosso grito, Senhor, nos liberte da doença espiritual que sempre nos tenta como povo: esquecer-nos dos nossos pais, de quanto viveram e sofreram. Que, no vosso grito e na vida dos nossos pais que tanto sofreram, possamos encontrar a coragem de nos comprometermos, com determinação, no presente e no futuro; que aquele grito seja estímulo para não nos adequarmos às modas do momento, aos slogans simplificadores e a toda a tentativa de reduzir e tirar a qualquer pessoa a dignidade de que Vós a revestistes", disse o Papa no final da visita, durante uma oração pronunciada no local.

A viagem aos países bálticos prossegue esta segunda-feira na Letónia e conclui-se esta terça-feira, na Estónia, por ocasião do centenário da independência destas nações.


A jornalista da Renascença Aura Miguel acompanha o Papa Francisco na sua Viagem Apostólica à Lituânia, Letónia e Estónia com o apoio da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

Segundo dia na Lituânia. Papa lembra sofrimentos da ocupação soviética e nazi
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