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Joana Marques Vidal de saída da PGR. “Hipótese de recondução nunca me foi colocada”

21 set, 2018 - 10:34

Garante que saí do cargo de consciência tranquila e apela a que o combate à corrupção seja considerada "um desígnio nacional".

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Joana Marques Vidal, a ainda procuradora-Geral da República, revela que nunca lhe foi colocada a hipótese de continuar no cargo.

"A hipótese de ser reconduzida no cargo nunca me foi colocada e, por isso, eu não falo de hipóteses", disse esta sexta-feira Joana Marques Vidal, à margem de uma conferência sobre corrupção que decorre em Lisboa, comentando a nomeação da sua sucessora, Lucília Gago.

Para Joana Marques Vidal, que ocupa o cargo há seis anos, o processo de escolha da procuradora-geral adjunta Lucília Gago representa "o normal funcionamento das instituições", tendo sido "legitimamente escolhida de acordo com a Constituição".

"Este processo todo significa o normal funcionamento das instituições. Não vejo nada de estranho", afirmou Joana Marques Vidal, não se pronunciando sobre a escolha da nova PGR "porque não foi ouvida no processo de escolha, nem tem de ser".

Nestas declarações aos jornalistas, a PGR desejou felicidades a Lucília Gago e assume que "muita coisa ficou por fazer", mas, que saí de consciência tranquila. "Fiz o máximo que me foi possível", garante. "Todas as pessoas que desempenham cargos desta natureza chegam ao final e consideram que fica muita coisa por fazer", afirmou.

Joana Marques Vidal considerou que, consigo à frente da Procuradoria Geral da República, se iniciou "um caminho de modernização do Ministério Público". "Esse caminho passa por uma reorganização estrutural e departamental que permite uma maior flexibilização no desempenho das funções, designadamente no âmbito da ação penal, por uma formação mais exigente dos magistrados e pelo rigor da ação", afirmou.

Joana Marques Vidal considerou ainda que o combate à corrupção deve continuar a ser uma prioridade.

"O combate à corrupção deve continuar a ser o mote do Ministério Público, mas não só do Ministério Público. É essencial ser assumido por toda a comunidade e que politicamente se considere um desígnio nacional", apelou.

Lucília Gago, com uma carreira de quase 40 anos na Justiça, sucede a Joana Marques Vidal cujo mandato termina no próximo dia 12 de outubro.

A nova PGR, de 62 anos, é especialista na área da família e menores, é magistrada do Ministério Público e foi diretora do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa nos últimos dois anos.

[notícia atualizada às 12h09]

Comentários
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  • Filipe
    21 set, 2018 évora 23:10
    Estão a fazer mais um número de circo do que falar a verdade , pois o mais certo é esta senhora estar com um pé já na Europa com mais um cargo Europeu , onde li já isto ?
  • Polonio
    21 set, 2018 lisboa 13:39
    Tudo muito previsível.A exposição mediática com as fugas aos processos não investigadas, dos políticos e empresários ,angola etc ditaram a sua expulsão .Quem consegue tratar processos tao complexos Marquês e outros não instalou processo para acabar com fuga dos mesmos.Esta dualidade de critérios foi fatal e começou a desenhar-se já a menos de meio do mandato ou por aí.O cargo é de nomeação politica e é politico também,nao há separação de poderes total .,Há qbp e nada mais
  • Vitor
    21 set, 2018 Aveiro 12:07
    Portugal, lida mal com o sucesso...em tudo É o nosso fado.

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