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Reitor da Universidade do Porto propõe arrendar quartos a terceiros para resolver falta de alojamento

13 set, 2018 - 18:34

António Sousa Pereira disse que gostaria de poder contar não só com o apoio da Câmara do Porto, mas também do Governo.

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Construir mais quartos, rentabilizar de forma mais eficiente os que existem e arrendar a terceiros para disponibilizar a universitários são algumas das hipóteses avançadas pelo reitor da Universidade do Porto, para combater a falta de alojamento na cidade.

"Temos que encontrar soluções, não no imediato, mas estamos a trabalhar essas soluções, que passarão por diferentes tipologias. Por um lado, construir mais quartos, rentabilizar de forma mais eficiente aqueles que já existem e enveredar por outras soluções, provavelmente recorrer ao aluguer de quartos a terceiros para disponibilizar aos estudantes", avançou à Lusa António Sousa Pereira.

À margem da cerimónia de boas-vindas dos novos estudantes para o ano letivo 2018-2019, o reitor da Universidade do Porto (U. Porto), que foi eleito em abril, referiu ainda que gostaria de poder contar não só com o apoio da Câmara do Porto, mas também do Governo.

"Certamente que a autarquia vai participar na procura de soluções para isto", disse adiantando que "não se conseguem arranjar mais quartos com uma varinha de condão".

"É evidente que exige medidas com alguma complexidade, exige também a participação de outras entidades, desde logo as câmaras municipais, e exige também legislação favorável da parte do Governo", assinalou.

António Sousa Pereira diz que a UP está a preparar-se dentro das suas possibilidades" e relembra que o "Governo pôs alguma legislação em andamento neste momento", mas que essa legislação era mais favorável para as "universidades do interior".

Questionado pela Lusa sobre a possibilidade de existirem cotas de habitação para estudantes, o reitor considera que estas são "um conceito negativo que é o de pensar que, de alguma maneira, vão ser selecionados em função da sua capacidade económica e isso é inaceitável no país moderno", referindo que têm de ser selecionados pela capacidade intelectual".

Na cerimónia de boas-vindas aos estudantes da UP, o reitor também pediu contenção na praxe dos calouros.

"Espero que neste período se evitem os excessos nas celebrações académicas, em particular na praxe. A integração dos caloiros deve processar-se com urbanidade e civismo", pediu hoje o reitor aos caloiros (novos estudantes), prometendo-lhes, por seu turno, um compromisso em "desenvolver" uma formação que privilegie o conhecimento científico, mas também o "crescimento intelectual e cívico".

Segundo o presidente da Federação Académica do Porto (FAP), João Pedro Videira, a realidade na Universidade do Porto é que existem 23 mil estudantes deslocados e há 1.200 camas de oferta pública no total.

João Pedro Videira, no seu discurso na cerimónia de boas-vindas, criticou o ministro com a pasta do ensino superior por o problema da falta de alojamento para os estudantes "não estar a ser resolvido" ou "pelo menos mitigado", porque não existe uma oferta pública necessária há uma "especulação imobiliária em alta".

"Isto é um flagelo" que afeta os estudantes e a própria condução do ensino superior, lamentou o presidente da FAP, criticando a "política de transformar estudantes deslocados em desalojados", e pede soluções ao Governo e mais diálogo com os estudantes.

A UP deu hoje as boas-vindas a cerca de cinco mil estudantes na Praça Gomes Teixeira (em frente à Reitoria da Universidade do Porto), sob o mote "A Tua nova casa", oferecendo um 'Kit' com presentes, entre eles a entrada gratuita em cerca de 20 espaços e museus da cidade, como a Torre dos Clérigos, Museu de Serralves, Museu Soares dos Reis, Centro Português de Fotografia, à Casa da Música.

A UP registou este ano a "mais alta taxa de procura nesta primeira fase do concurso nacional de acesso ao Ensino Superior, preenchendo 99,8% das vagas disponibilizadas", lê-se num comunicado da UP.

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  • Anónimo
    13 set, 2018 21:20
    A solução consiste em correr com os especuladores imobiliários. Mas isso nem Rui Moreira nem António Costa querem fazer.

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