Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Ministro do Ambiente não se compromete com datas para redução do preço dos passes sociais

04 set, 2018 - 15:15 • Henrique Cunha

Matos Fernandes admite, em entrevista à Renascença, a utilização de parte das verbas do Imposto sobre os Produtos Petrolíferos na redução de preço dos passes sociais em todo o país.

A+ / A-

O ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, não se compromete com datas para redução do preço dos passes sociais, medida que, "no pior cenário, custa 90 milhões de euros".

Em declarações à Renascença, Matos Fernandes não se compromete com a possibilidade da medida ser incluída no próximo Orçamento de Estado porque o assunto "ainda está numa fase de estudo".

"O valor que está em cima da mesa, no pior cenário possível, ronda os 90 milhões de euros", esclarece.

Nestas declarações à Renascença, o ministro do Ambiente critica "os partidos da direita, que têm defendido a redução do ISP", o Imposto sobre os Produtos Petrolíferos, pelo facto de ser "uma proposta que vai no sentido errado, porque fomenta a utilização do transporte individual". Para o ministro, "é muito mais interessante pegar numa parcela dessa receita do ISP e afetá-la a projetos" como o da redução dos passes sociais.

Matos Fernandes refuta a ideia de que se trata de uma medida eleitoralista, porque "é uma medida que vem imediatamente a seguir à apresentação do inquérito sobre a mobilidade do INE, que reconhece que, nos últimos dez anos, nada aconteceu na transferência modal do transporte individual para o transporte coletivo".

O ministro diz que a ideia defendida pelo presidente da Câmara de Lisboa para as áreas metropolitanas tem de ser aplicada em todo o território por se tratar de uma "proposta muito positiva para a mobilidade rodoviária do país".

Matos Fernandes defende, por outro lado, que "nas deslocações dentro de cada município" terão de ser as autarquias as suportar a despesa, porque "é isso que diz a lei aprovada pelo anterior governo".

"São as autarquias que financiam as obrigações de serviço publico que são prestadas pelas empresas", aponta o ministro do Ambiente, ressalvando que, "nas deslocações pendulares a envolver mais de um município", será o Governo a pagar a fatura.

Quanto às formas de financiamento que os municípios devem encontrar, Matos Fernandes sustenta que "essa é uma decisão que caberá às autarquias, seja por consignação de receitas, seja pelo que for".

"Há já algumas propostas em cima da mesa, mas não me cabe a mim anunciá-las, porque, de facto, eu só as ouvi", acrescenta Matos Fernandes.

"Há passes de Sintra e de Palmela para Lisboa que ultrapassam os cem euros por mês", o que significa que "não há nenhuma família com três pessoas que compre passe, porque fica mais barato ir de carro", realidade que "distorce o sistema de mobilidade".

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • joao
    04 set, 2018 coimbra 17:56
    Isto é atirar com areia para os olhos…. Antes, para passar as ex-SCUTS para AE e a pagar, era o princípio do utilizador-pagador. Agora, porque não se aplica o mesmo princípio? faço 52Km/dia para trabalhar, e não tenho Transportes Públicos com horário compatível. Pago a gasolina cara, por ter essencialmente impostos que, dizem agora, são para subsidiar as viagens dos Lisboetas e Portuenses. Está tudo cego? ou será só da areia nos olhos?

Destaques V+