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Costa defende incentivos aos emigrantes para "processo de crescimento em curso"

31 ago, 2018 - 14:25

Primeiro-ministro rejeita que apoios ao regresso a Portugal seja uma medida discriminatória.

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Costa esclarece que os incentivos ao regresso de emigrantes servem para o “país continuar a crescer”
Costa esclarece que os incentivos ao regresso de emigrantes servem para o “país continuar a crescer”

O secretário-geral do PS defendeu esta sexta-feira que os incentivos do Governo para o regresso de emigrantes servirão para "dar sustentabilidade ao processo de crescimento em curso" e refutou o argumento de que se trata de uma medida discriminatória.

"Depois de termos criado 315 mil novos postos de trabalho, temos já muitos setores de atividade com carências de mão-de-obra e que precisam de pessoal", sustenta António Costa num vídeo colocado no 'site' do PS na Internet, intitulado "Incentivo ao regresso de emigrantes".

O líder socialista, que é também primeiro-ministro, começa por afirmar que está a seguir "com interesse" o debate sobre os incentivos fiscais que o executivo pretende criar para cativar os emigrantes a regressar.

Costa manifesta-se convicto de que do debate sairá "uma solução final" que corresponderá ao "objetivo fundamental": "aumentarmos os recursos humanos do nosso país para podermos continuar a crescer de um modo sustentável".

Depois, refuta a crítica de que a proposta do executivo "não resolve tudo". "Claro que não! Tenho bem consciência de que o essencial é haver emprego e emprego de qualidade".

"Por isso, a nossa prioridade foi combater o desemprego. Depois de termos criado 315 mil novos postos de trabalho, temos já muitos setores de atividade com carências de mão-de-obra e que precisam de pessoal", sublinha.

Por outro lado, o secretário-geral do PS diz não ter dúvidas de que "é necessária uma nova política salarial", lembrando que, ainda recentemente, numa entrevista ao semanário Expresso, disse que "o Estado faria a sua parte com incentivos fiscais no Orçamento do Estado mas que era preciso que as empresas fizessem a sua parte com uma nova política salarial".

António Costa rejeita também o a crítica de que os incentivos representam uma "medida discriminatória".

"Não é. Não é uma medida discriminatória a quem já emigrou e que beneficia do estatuto de residente não habitual e que vai poder continuar a beneficiar. Também não é discriminatória a quem ficou e não suportou o custo de ser forçado à emigração", sustenta.

Para esses - prossegue o líder do PS - "nós temos procurado corresponder com o conjunto de compromissos que tínhamos assumido: de aumento do rendimento, de redução da tributação sobre o trabalho e sobretudo do sucesso da política de criação de emprego".

Costa termina o vídeo de cerca de 2,5 minutos recordando que nos "anos muito duros da crise, entre 2011 e 2015", Portugal teve "um pico de emigração como não tinha desde o início da década de 1960".

Devemos agora criar novas oportunidades para que quem queira, possa regressar. Claro que não obrigamos ninguém a regressar mas devemos fazer o esforço para aumentar, também com esses, os nossos recursos humanos de forma a podermos dar sustentabilidade ao processo de crescimento que temos em curso", concluiu.

Na rentrée do PS, António Costa anunciou que o OE2019 terá "incentivos fortes" para fazer regressar a Portugal quem emigrou entre 2011 e 2015, desde benefícios fiscais a deduções dos custos do regresso, como a redução de 50% no IRS.

Comentários
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  • 02 set, 2018 Funchal São Martinho 14:48
    O quê, e irá lhes pagar o mesmo que recebem nos países onde imigraram ? "os incentivos do Governo para o regresso de emigrantes servirão para "dar sustentabilidade ao processo de crescimento em curso"... E dar lhes redução de 50% no IVA? Com isso, quem acabara por a factura com mais aumentos nos bens essenciais é o ZÉ POVINHO com sempre. OU SERÁ, MERO PROMESSA ELEITORAL PARA CAÇAR VOTOS?
  • Cidadao
    31 ago, 2018 Lisboa 19:06
    Só se eles forem louco ou tiverem falhado lá fora é que voltam, para salários irrisórios, empregos de carreira estagnada, precariedade, exploração, e como já alguém disse , "evitar comprar um livro de 20€ porque esses 20€ são para pagar a conta da água". E contra isto, descontos durante 3 ou 4 anos no IRS sabe a ... provocação!
  • Imigrante
    31 ago, 2018 18:45
    E que trabalhos há para nós? Trabalhos precários a 500€/mês? Assim é que não regressamos mesmo.
  • Americo
    31 ago, 2018 Leiria 17:50
    É como os impostos. Pagas a tempo e horas lixas-te. Não pagas o Estado dá descontos para pagares mais tarde. O que este sr. está a fazer ao País e se continuar por muito mais tempo, vamos ter sequelas irreversíveis. É uma pena. Só salários, só salários. Investimentos ? Poupanças ? Nada. É o seu exemplo pessoal. Com esta idade e a viver numa casa do autarquia, e o irmão a pagar 500€ para ter tempo de antena na sic. É disto que temos a ...............

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