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​Merkel recusa "ódio na rua" após incidentes com extrema-direita

28 ago, 2018 - 17:09

Chanceler condena "caçadas coletivas" de simpatizantes da extrema-direita contra estrangeiros.

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A chanceler alemã, Angela Merkel, condenou esta terça-feira "o ódio na rua" e as "caçadas coletivas" de simpatizantes da extrema-direita contra estrangeiros, nos dois últimos dias em Chemnitz, no Leste do país, afirmando que tais comportamentos não têm lugar na Alemanha.

“O que vimos não tem lugar num Estado de Direito”, afirmou Merkel durante uma conferência de imprensa em Berlim, depois de se ter reunido com o homólogo croata.

“Vimos caçadas coletivas, vimos ódio na rua, e isso nada tem a ver com um Estado de Direito”, insistiu, referindo-se às imagens dos incidentes em Chemnitz.

Muitos na Alemanha manifestaram-se chocados com as “caçadas” contra estrangeiros organizadas por simpatizantes de extrema-direita no domingo nas ruas de Chemnitz, cidade da ex-RDA, e os atos de violência que marcaram uma nova manifestação na segunda-feira à noite, em que muitos dos cerca de seis mil participantes desfilaram fazendo a saudação nazi.

Nos incidentes de segunda-feira, 20 pessoas, entre as quais dois polícias, ficaram feridas em confrontos entre os simpatizantes de extrema-direita e contramanifestantes de extrema-esquerda, segundo um balanço da polícia local.

Uma nova manifestação está prevista para hoje à tarde em Dresden, cidade próxima de Chemnitz e capital da Saxónia, com forte implantação da extrema-direita.

Os protestos foram desencadeados pela morte de um alemão de 35 anos, esfaqueado durante uma rixa numa festa local por motivos desconhecidos.

A polícia deteve dois suspeitos, um sírio e um iraquiano, de 22 e 23 anos, suspeitos de ter cometido o crime após uma discussão.

Nas manifestações, o tom geral é de condenação da política de imigração de Merkel, que permitiu a entrada de quase um milhão de refugiados sírios e iraquianos em 2015 e 2016, e gritam-se palavras de ordem como “Fora estrangeiros” ou “Nós somos o povo”.

Na origem das manifestações estão nomeadamente o movimento Pegida, sigla em alemão para “Patriotas Europeus contra a Islamização do Ocidente”, e a Alternativa para a Alemanha (AfD, extrema-direita), principal partido da oposição na câmara baixa do parlamento alemão.

Segundo a fundação antirracista alemã Amadeu Antonio, cujo nome homenageia o primeiro estrangeiro morto por neonazis na Alemanha após a reunificação, o angolano Amadeu António Kiowa, há em Chemnitz “uma aliança bastante inacreditável que mistura hooligans, neonazis, militantes da AfD e do Pegida”.

“Claro que a História não se repete, mas quando multidões em alvoroço agitam o coração da Alemanha e o Estado de Direito é ultrapassado pelos acontecimentos, faz lembrar um pouco a situação da República de Weimar”, escreveu hoje o semanário alemão Der Spiegel no seu site.

O regime democrático de Weimar, criado na Alemanha após a I Grande Guerra, enfrentou recorrentes tentativas de desestabilização nas ruas, por parte de grupos paramilitares, que contribuíram para a ascensão ao poder de Adolf Hitler, em 1933.

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  • VIRIATO
    28 ago, 2018 CONDADO PORTUCALENSE 20:07
    Essa Chanceller e outros da turma dela, vão se deitar na cama que estão a fazer. A história vai se repetir e infelizmente vão pagar os justos pelos pecadores. As fronteiras abertas vão acabar em sangue porque os povos de cada país estão fartos deste multiculturalismo bradado aos sete ventos como virtuoso e inevitável. Os nacionalistas estão no terreno e bem activos, a pouca vergonha está acabar e virá uma nova ordem para formar cidadãos e não "coisas que vegetam por aí", para haver ordem e disciplina, porque uma sociedade sem ordem nem lei é uma sociedade doente e com tendências anarcas. Parasitas a mamar à conta dos cidadãos, que trabalham e descontam para esta pouca vergonha, que promovidos por esta esquerdalha, que desgoverna ilegalmente a minha nação e que a transformou na ETAR da Europa, onde está à vista babilónia em que a minha nação está transformada. Acordem Portugueses.

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