11 ago, 2018 - 11:19
António Costa coloca de lado uma hipótese de demissão do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes. Para quem pensa que o ministro se vai demitir, “pode tirar o cavalinho da chuva”, disse o primeiro-ministro.
Numa entrevista ao semanário Expresso, o primeiro-ministro diz que uma eventual saída de Adalberto Campos Fernandes não resolve os problemas no Serviço Nacional de Saúde, que nos últimos tempos têm sido levados a público pelas demissões nos hospitais, devido à alegada falta de meios e recursos.
Primeiro, António Costa coloca em dúvida que os problemas que a comunicação social tem reportado existam, de facto. O primeiro-ministro lembra que “foi preciso o ministro Correia de Campos se demitir para acabar aquela curiosa epidemia dos partos nas auto-estradas que nunca mais ocorreram desde que o ministro se demitiu”.
No entanto, logo a seguir, acrescenta que a demissão de Adalberto Fernandes não vai fazer com que “os problemas se resolvam como por artes mágicas”.
“Já todos nós temos idade suficiente e experiência acumulada para sabermos que o setor da Saúde é um setor no qual com muita facilidade se generaliza e se torna como paradigma situações pontuais”, afirma o primeiro-ministro.
Costa surpreendido pelos "pecadilhos" de Robles
Entre os muitos assuntos abordados nesta entrevista de 10 páginas, Costa falou também do caso Ricardo Robles, o ex-vereador do Bloco de Esquerda na Câmara de Lisboa que pôs à venda um prédio em Alfama por 5,7 milhões de euros quando, ao mesmo tempo, era um dos maiores críticos da especulação. A polémica levou à demissão do vereador bloquista de Lisboa por causa de negócios imobiliários.
Costa diz-se "surpreendido" com a atitude do bloquista. “Nunca imaginei que quem emprega com tal virulência a moral política cometesse pecadilhos".