11 ago, 2018 - 09:45
A NASA decidiu adiar o lançamento da sonda Parker, que estava marcado para as 03h33 locais (08h33 em Lisboa), a partir da base de Cabo Canaveral, na Florida, nos Estados Unidos.
Segundo a agência do Governo Federal dos Estados Unidos, o adiamento deveu-se a um problema de pressão relacionado com as botijas de hélio, verificado minutos antes da descolagem.
A janela de oportunidade de 65 minutos para lançar a sonda este sábado chegou assim ao fim antes de o foguetão descolar. Uma janela de tempo curta devido ao primeiro destino do aparelho - Vénus - e para evitar que o Cinturão de Van Allen (região de partículas carregadas, transportadas pelos ventos solares) provocasse danos no Parker Solar Probe.
O lançamento passa, agora, a estar previsto para domingo às 03h31 locais (08h31 em Lisboa).
Apontada para chegar em novembro, a sonda já teve dois anteriores lançamentos marcados, que também foram remarcados por razões técnicas.
Este será o engenho humano mais rápido de sempre.
De acordo com a NASA, a sonda Parker irá aproximar-se da superfície do Sol como nunca antes uma sonda o fez, permitindo obter as observações mais próximas de uma estrela. O objetivo? Captar a variação da velocidade do vento solar e ver o 'berço' das partículas solares de maior energia.
A sonda vai 'navegar' pela atmosfera do Sol aproveitando a 'janela de oportunidade' dada pela gravidade de Vénus, o segundo planeta mais próximo do 'astro-rei'.
Com o tamanho de um pequeno carro, a "Parker Solar Probe" tem uma 'esperança de vida' de sete anos. O seu escudo térmico, feito à base de carbono, permite-lhe resistir a temperaturas superiores a mil graus Celsius na sua maior aproximação ao Sol.
Pela primeira vez, a NASA deu a uma sonda o nome de uma pessoa que está viva, neste caso o astrofísico norte-americano Eugene Parker, de 91 anos, que, segundo a agência noticiosa AP, espera assistir ao lançamento em Cabo Canaveral.
Na sua órbita final pelo Sol, antes de colapsar, a sonda vai viajar a 696 mil quilómetros por hora, o que a tornará no objeto humano mais rápido de sempre, e estar a cerca de 6,1 milhões de quilómetros de distância da superfície da estrela, isto é, mais de sete vezes mais próxima do Sol do que a sonda Helios 2, que detém o atual recorde de distância.
A NASA realça, justificando a importância da missão, que perturbações no vento solar agitam o campo magnético da Terra, que protege o planeta da radiação solar, e interferem com o clima espacial, que pode mudar a órbita dos satélites, encurtar a sua 'vida' e alterar o funcionamento de equipamentos eletrónicos a bordo e comunicações terrestres, assim como pôr em perigo a sobrevivência de astronautas.