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Videojogos. Pais americanos pagam explicações de "Fortnite" aos filhos

03 ago, 2018 - 22:11 • Joana Gonçalves

​Se para alguns a preocupação é a violência gráfica ou o tempo excessivo que os filhos passam em frente ao ecrã, para outros o que realmente os incomoda é que estas crianças não sejam capazes de ganhar.

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No mesmo ano em que a Organização Mundial de Saúde (OMS) passou a classificar a dependência de videojogos como doença mental, alguns pais norte-americanos começam a pagar explicações aos filhos, para serem os melhores na arte do jogo virtual.

Se para alguns a preocupação é a violência gráfica ou o tempo excessivo que os filhos passam em frente ao ecrã, para outros o que realmente os incomoda é que estas crianças não sejam capazes de ganhar.

Segundo o “The Wall Street Journal”, alguns pais norte-americanos têm inscrito os filhos em explicações de “Fortnite”, um jogo que soma mais de 125 milhões de fãs.

Este videojogo foi lançado há cerca de um ano e já ultrapassou os 120 milhões de jogadores. Inicialmente produzido para PC, o jogo está hoje disponível em seis plataformas diferentes, incluindo a PlayStation 4 e a Xbox One.

A versão mobile já ultrapassou o célebre jogo dos doces "Candy Crush Saga".

O “Fortnite” conta com dois modos de jogo. Um “Battle Royale”, em que 100 jogadores jogam entre si e só um deles pode vencer. Este modo pode ainda ser jogado em equipa. A segunda modalidade, intitulada "Salva o Mundo", é paga e os preços podem variar entre os 40 e os 140 euros.

Porquê pagar explicações?

As principais razões, apontadas pelo “The Wall Street Journal”, para a inscrição destas crianças em explicações de “Fortnite”, são o combate à exclusão social e a possibilidade de aquisição de bolsas de acesso ao ensino superior.

O mercado dos desportos eletrónicos, conhecido como eSports, já ultrapassou os 300 milhões de euros na Ásia, 270 milhões na Améria do Norte e 260 milhões na Europa.

Dados da plataforma SuperData sugerem que estes números devem aumentar nos próximos anos. Por esse motivo, alguns pais temem que os filhos possam sofrer algum tipo de exclusão social, se não forem bons o suficiente.

Para além disso, algumas faculdades norte-americanas abraçaram este desporto lucrativo e já têm clubes de eSports, que começam agora a disponibilizar bolsas de estudo a estudantes vencedores na modalidade. A explicações de Fortnite realizam-se, sobretudo, online em sessões que podem chegar às quatro horas e ultrapassar os 25 euros por hora.

Oitenta e cinco por cento dos jogadores de eSports são jovens do género masculino e a faixa etária mais comum situa-se entre os 18 e os 24 anos.

Em Portugal, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) lançou há um ano uma divisão de eSports. Este sábado, dia 4 de agosto, o Estádio Municipal de Aveiro recebe a final da Supertaça Allianz, o primeiro grande evento da nova temporada, que reúne os melhores jogadores nacionais desta modalidade virtual.

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