29 jul, 2018 - 13:44 • Rui Barros
O ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, desmentiu este domingo a manchete do jornal Público que dava conta que o Governo tinha deixado de fora o reforço do longo curso, colocando a hipótese de tal resultar de uma intenção em privatizar a CP.
Em comunicado, o gabinete do ministro nega que esteja a ser ponderada a privatização de serviços da empresa de comboios, esclarecendo que será lançando um concurso internacional para “a aquisição de comboios” que dotem a empresa com “material circulante adequado ao compromisso que tem para com os portugueses”.
A aquisição de comboios está, de acordo com o ministério, “prevista no Orçamento do Estado de 2018” e resulta de uma proposta apresentada pelo Conselho de Administração da CP, que tem articulado a questão com o executivo.
Com a compra destes comboios, o ministro acredita que a empresa pública de transportes ferroviários reforçará a oferta “nas várias frentes em que opera: serviços suburbanos, regionais e longo curso”.
A tutela classifica assim como “fantasioso” o “cenário de privatização de qualquer atividade da CP”.
No mesmo esclarecimento, enviado às redações, o Governo acrescenta ainda que o atual programa de aluguer de comboios a Espanha continuará, de forma a suprirmir as necessidades no serviço regional.
O ministro acrescenta ainda que a CP está a “investir fortemente na manutenção do material circulante”, nomeadamente com a restruturação da EMEF, empresa responsável pela manutenção dos comboios portugueses. Segundo a nota, “acaba de ser autorizado o recrutamento de 102” novos trabalhadores para trabalharem na manutenção dos comboios.
O esclarecimento da tutela surge no dia em que o jornal Público chama à capa da sua edição em papel uma notícia que dá conta que o Governo tem travado várias soluções para o serviço de longo curso da CP.
O diário revelava que a antiga administração da CP previa a aquisição de 35 comboios, dez para ligações internacionais e para serviços de “alta qualidade nacional”, mas que o atual executivo não deu seguimento a essa proposta, tendo apenas dado o aval à compra de 22 comboios para o serviço regional.
O diário falava assim de uma eventual intenção de privatizar estes serviços de longo curso, uma vez que a liberalização do serviço ferroviário de passageiros abre o mercado português a empresas estrangeiras.
Com a entrada em vigor dos novos horários da empresa, algumas ligações, como é o caso da primeira ligação de Alfa Pendular entre Lisboa e Porto, foram suprimidas.