"A cidade de Mati simplesmente desapareceu"

"Temos uma catástrofe na parte oriental de Atenas. Uma cidade chamada Mati, simplesmente, desapareceu do mapa. Já não existe". O relato é feito à Renascença por Nikolau Hidiriglou, um jornalista grego.

Mati é uma localidade muito procurada pelo turismo. A época é já de "alta", pelo que se encontravam aí muitos turistas a passar as férias. Até ao momento, há confirmação de 24 mortos.

“Tivemos um problema muito grave num restaurante, que estava cheio e ficou cercado pelas chamas. As pessoas saltaram para a água para se salvar. Estas pessoas só saíram de lá com a ajuda da Marinha e da guarda costeira”, conta o jornalista grego.

"Há cinza por todo lado"

Maria Amélia Marques, uma cidadã portuguesa que vive há vários anos em Atenas, compara a situação grega à que se viveu em Portugal no ano passado.

“As autoridades gregas anunciaram que, neste momento, há 60 mortos, 156 feridos, onze dos quais estão em estado grave. Entre os feridos há 16 crianças que estão fora de perigo e há muitos desaparecidos”, relata Maria Amélia, à Renascença, em contacto telefónico a partir da capital grega.

A portuguesa relata que a propagação do fogo foi bastante rápida: “O céu ficou escuro, de repente, há cinza por todo lado e o vento continua muito forte e inconstante. Este fenómeno não é normal em Atenas."

O calor extremo e os ventos muito fortes facilitaram a propagação dos incêndios que ficaram fora de controlo. “O porta-voz dos bombeiros disse que a situação é muito complicada, a maioria dos focos de incêndio começou ao mesmo tempo. Há a hipótese que a maioria dos fogos podem ter sido postos”, afirma.

“É uma situação criminosa”, reforça Maria.

A situação mais grave é a que se vivenos arredores de Atenas, a cerca de 25 quilómetros da capital. Muitas das zonas mais afetadas são próximas ao mar. Algumas pessoas em fuga acabaram por não conseguir a chegar à praia, ficaram bloqueadas entre terra e mar.