Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Bolsonaro apelida o centro político brasileiro de "escória"

22 jul, 2018 - 22:51

A+ / A-

Veja também:


O candidato presidencial, Jair Bolsonaro, começou oficalmente a campanha presidencial este domingo, tentando atacar o centro político, mas suavizando sua posição incendiária sobre gays e negros a três meses antes das eleições de outubro.

O ex-capitão do exército de 63 anos, que lidera as sondagens que excluem o ex-presidente Luis Inácio Lula de Silva, fez o anúncio para uma multidão ruidosa depois que partidos de centro darem apoio a Geraldo Alckmin.

"Mais uma vez, obrigado Geraldo Alkmin por unir a escória da política brasileira", disse Bolsonaro, referindo-se ao governador de São Paulo, candidato do Partido da Social Democracia Brasileira, que está a 10 pontos percentuais de Bolsonaro.

Cerca de 3.000 simpatizantes, incluindo um imitador do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reuniram-se no Rio de Janeiro para receber a candidatura, entoando slogans de Bolsonaro e fazendo gestos imitando uma pistola com as mãos.

A mensagem anticorrupção de Bolsonaro e a vontade de reduzir os controlos de armas têm eco na população.

Os líderes dos partidos de centro que apoiam Alckmin estão sob investigação por pagamentos no escândalo de corrupção na Petrobras.

"Ele é a nossa esperança. O povo brasileiro está desanimado com toda a corrupção", disse Gilcemar Jasset, um motorista de 35 anos do Rio de Janeiro que chegou ao evento vestido de Bolsonaro com uma faixa presidencial.

Apesar de sua popularidade, Bolsonaro só tem o apoio de um pequeno partido, o que significa que terá apenas 10 segundos de tempo para promoção na televisão, uma séria desvantagem num país onde os anúncios de TV têm um grande impacto. Mas Bolsonaro desvaloriza.

"Não temos uma grande festa. Não temos financiamento eleitoral. Não temos tempo na televisão. Mas temos o que os outros não têm, que é você, o povo brasileiro", disse Bolsonaro.

Bolsonaro tem sido vago sobre planos políticos específicos envolvendo a economia, sobre os quais manifestou pouco conhecimento numa entrevista ao jornal O Globo, no sábado.

No domingo, Bolsonaro disse que apoiava a privatização de algumas partes da Petrobras sem entrar em detalhes, e recusou-se a analisar os planos recentemente anunciados pela Boeing para comprar uma participação maioritária no braço comercial brasileiro da Embraer.

O candidato de direita também disse que apoiaria uma redução no número de ministérios do governo.

No passado, Bolsonaro fez manchetes com comentários provocativos contra as minorias, dizendo que não poderia amar um filho gay. Numa outra intervenção, numa disputa com uma congressista, afirmou que ela "nem merecia ser estuprada".

Mas agora mudou para um tom mais inclusivo. "Vamos unir esse povo. Vamos unir brancos e negros, homossexuais e heterossexuais ... Vamos unir chefes e funcionários, e não vamos plantar a semente da discórdia entre eles", disse ele.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Anónimo
    23 jul, 2018 15:06
    Eu sou demasiado generoso ao apelidar Bolsonaro de "escória"...

Destaques V+