10 jul, 2018 - 13:40
A Turquia quer retomar o processo de adesão à União Europeia (UE), mais de 30 anos depois de ter entregue a sua primeira candidatura para aceder à então Comunidade Económica Europeia (CEE).
A intenção foi manifestada esta terça-feira pelo ministro turco dos Negócios Estrangeiros, um dia depois da tomada de posse do Presidente, Recep Tayyip Erdogan.
Esta manhã, o chefe da diplomacia turca anunciou a fusão dos Ministérios dos Negócios Estrangeiros e dos Assuntos Europeus, na tentativa de sinalizar a intenção do Governo de acelerar o processo de adesão à UE. "Ao unir as nossas forças, planeamos alcançar progressos no processo [de adesão à] UE apesar de todas as dificuldades", afirmou Mevlüt Çavuşoğlu.
Nos últimos anos, sobretudo desde o golpe falhado de junho de 2016, a Turquia de Erdogan foi-se distanciando do processo de adesão, com o Presidente a dar a entender que já não tinha interesse em integrar o bloco comunitário.
Esse afastamento, a juntar ao crescente coro de críticas a Ancara pela purga de críticos e dissidentes no rescaldo do golpe, a par das inúmeras violações de direitos humanos no país, levaram Bruxelas a não incluir a Turquia como um potencial candidato à adesão no seu quadro orçamental para o período de 2021 a 2027.
Nessa proposta plurianual de Orçamento, apresentada a 2 de maio deste ano, a Comissão Europeia incluiu a Estratégia para os Balcãs Ocidentais, prevendo o alargamento da UE a 27 para a região, mas omitiu a Turquia, tratando o país como um vizinho e não como um candidato à adesão.