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Administração Trump compra guerra contra a amamentação

09 jul, 2018 - 14:54

Numa assembleia da Organização Mundial de Saúde (OMS), a delegação norte-americana ameaçou outros países por causa de uma resolução em defesa da amamentação de bebés.

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Os Estados Unidos opuseram-se a uma resolução a encorajar a amamentação e terão mesmo ameaçado vários países com medidas de retaliação caso dessem luz verde ao documento, avança a imprensa internacional.

A proposta, que inicialmente parecia ser consensual, esteve em cima da mesa na assembleia da Organização Mundial de Saúde (OMS), que decorreu em Genebra no final da semana passada.

Tendo por base décadas de investigação, a resolução diz que o leite da mãe é o alimento mais saudável para o bebé nos primeiros meses de vida e recomenda que os países devem tentar limitar a comercialização enganosa de substitutos do leite materno.

A delegação norte-americana não gostou do documento e saiu em defesa dos fabricantes de leite em pó para bebés, tentando alterar o texto. Como não conseguiram modificar a proposta de resolução, os enviados dos EUA à reunião da OMS partiram para as ameaças, segundo fontes diplomáticas citadas pelo “The New York Times”.

Os delegados norte-americanos chegaram a sugerir que os EUA poderiam cortar o financiamento à Organização Mundial de Saúde.

O Equador, que pretendia implementar as recomendações sobre amamentação, foi um dos primeiros países a ser avisado de que, se mantivesse o apoio à resolução, Washington iria suspender a ajuda militar ao país e aplicar penalizações comerciais. O Governo de Quito acabou por recuar.

Mais de uma dezena de outros países também foram pressionados pela delegação norte-americana no sentido de travar a resolução.

As organizações de defesa da saúde mostram-se chocadas com a posição e comportamento dos Estados Unidos.

“Estamos espantados, chocados e tristes”, disse Patti Rundall, diretora do grupo britânico Baby Milk Action, que acusa a delegação americana de fazer “chantagem” e de fazer o mundo “refém”, colocando uma pedra em cima de um consenso de várias décadas de que o leite materno é o melhor alimento para os bebés.

Os esforços dos EUA acabaram por não dar grandes resultados. A recomendação acabou por passar depois da intervenção da Rússia.

Comentários
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  • Anónimo
    31 jul, 2018 18:48
    O comentador Jorge tem razão. Chega de estar de rabinho voltado para o imperialismo americano!
  • Jorge
    10 jul, 2018 Seixal 17:06
    É este o resultado de décadas de submissão do mundo "democrático" aos EUA, pelos vistos Equador que o diga. Está na hora da europa e o resto do mundo pôr de lado os interesses comerciais e unir-se num boicote total aos EUA.
  • CJ
    10 jul, 2018 Cantanhede 10:58
    Também eu fiquei espantada, chocada e triste!! Onde vai parar a humanidade com tanta resolução a pensar nos bolsos em vez de pensar na saúde?
  • CIDADÃO
    09 jul, 2018 Planeta Terra 23:11
    Oh senhores, a delegação dos EUA não defendeu que o leite materno não é o melhor. O que eles "disseram" foi algo no género: Estejam quietos e não nos deiam cabo do nosso rico negócio!!! E a criançada que se lixe.
  • fanã
    09 jul, 2018 aveiro 16:53
    Mas alguém pode contestar que o leite materno , sendo a mãe saudável é o mais indicado, nos primeiros tempos de vida da criança ?????...........deste Trump, mais nada admira !!.. o Mandato de Trump é uma .....digamos, uma Tru(o)mperie !..........Não batem bem da bola , tudo isso para deixarem de apoiar a OMS !
  • Anónimo
    09 jul, 2018 16:37
    As coisas estão cada vez mais ridículas naquele país... Para quando a condenação da chamada comunidade internacional? Quem defende Trump depois disto tudo precisa de ser internado urgentemente.

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