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Tailândia

"Poupem-nos a trabalhos de casa quando sairmos". As cartas dos jovens presos na gruta

07 jul, 2018 - 11:43

Pequenos papéis amarelados permitiram a primeira comunicação dos 12 jovens com as famílas, que não vêem há duas semanas. Destino dos rapazes continua incerto. Principais preocupações são níveis de oxigénio e ameaça iminente das chuvas fortes.

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Foi adiada a tentativa de resgaste das 12 crianças e do treinador de futebol retidos na gruta de Tham Luang Nang Non, no norte da Tailândia, há duas semanas. O chefe da equipa de salvamento admite que o tempo é limitado, devido ao agravamento das condições climatéricas e diminuição do oxigénio.

Esta manhã, foram divulgadas cartas das crianças e do treinador, que pede perdão a todos os pais. Os mergulhadores, que têm transportado mantimentos para o interior da gruta, entregaram a correspondência às famílias.

Nas pequenas notas rabiscadas em papéis amarelados podem ler-se mensagens bem-humoradas, com as crianças a procurarem assegurar que estão bem. “Por favor, não chorem”, escreveram numa nota coletiva, antes de cada um escrever uma mensagem pessoal para a respetiva família.

As cartas foram divulgadas numa página de Facebook de elementos da marinha tailandesa.

“Estamos todos de boa saúde e fortes. Há tanta comida que queremos devorar quando sairmos! Queremos ir diretos para casa”, pode ler-se na missiva. Os rapazes pediram ainda aos professores para não lhes darem “muitos trabalhos de casa” quando saírem.

Os pais escreveram de volta, dizendo-lhes que sentem uma tremenda falta deles e pedindo que se mantenham fortes. Sublinharam também que o treinador não se deveria sentir culpado e agradeceram-lhe por estar a tomar conta dos filhos. “Estamos à espera de te poder dar uma festa de anos”, escreveram os pais de Pheeraphat Sompiengjai, que fez 16 anos no dia em que os jovens entraram na gruta.

Falta de oxigénio e a ameaça das monções

O destino dos rapazes e do treinador é, contudo, incerto. Os níveis de oxigénio estão a diminuir por causa dos trabalhadores que estão dentro da caverna e que estão a tentar levar mais oxigénio para as câmaras, além das botijas de oxigénio usadas pelos mergulhadores, segundo o governador da província de Chiang Rai. Cada viagem de ida e volta até ao local onde o grupo se encontra demora perto de 11 horas, por um caminho sinuoso, que inclui zonas estreitas e submersas.

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Os rapazes, com idades entre 11 e 16 anos, e o seu treinador de 25 anos foram explorar a caverna depois de um jogo de futebol no dia 23 de junho. As inundações resultantes das monções bloquearam-lhes a saída e impediram que as equipas de resgate os encontrassem durante nove dias, já que a única maneira de chegar até ao local onde se encontram é mergulhando através de túneis escuros e estreitos, cheios de água turva e correntes fortes.

As autoridades têm bombeado a água da caverna antes que as tempestades previstas para os próximos dias aumentem os níveis novamente.

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