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Fernando Peres

Lembra-se do último Uruguai-Portugal? Nós falámos com quem o jogou

29 jun, 2018 - 10:15 • José Pedro Pinto

Fernando Peres, antigo jogador do Sporting e do FC Porto, descobre diferenças e semelhanças, 46 anos depois. Portugal defronta o Uruguai, em Sochi, este sábado, nos oitavos-de-final do Campeonato do Mundo.

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Há 46 anos como agora, um Uruguai-Portugal será sempre um choque frontal entre a técnica da força e a força da técnica. É o que interpreta Fernando Peres, antigo internacional português que viveu "in loco" o último confronto entre os sul-americanos e a seleção nacional.

Em 1972, a equipa das quinas, comandada por José Augusto, empatava com os uruguaios (1-1) e selava o apuramento para a final da Taça Independência (também conhecida como Mini-Copa, organizada pelo Brasil como parte das comemorações do sesquicentenário da independência), acabando por ser derrotada pelos anfitriões na final.

O antigo médio recorda, em entrevista a Bola Branca, o jogo quezilento realizado no Maracanã. Pavoni, um defesa que fez carreira na Argentina, adiantou a formação "celeste" no marcador, aos 19 minutos, mas um golaço de Jaime Graça, em cima do intervalo (44'), fixou o resultado e abria as portas da final da Mini-Copa a Portugal.

"Sabíamos perfeitamente que o Uruguai era uma belíssima equipa. Entrámos muito bem no jogo mas eles marcaram primeiro. Quase no final do primeiro tempo, com um belíssimo golo, marcado pelo Jaime Graça, empatámos e isso proporcionou-nos a ida à final com o Brasil. Nesse jogo, o Uruguai era uma equipa recheada de muito bons jogadores mas eram muito quezilentos e viris. Naquela equipa de Portugal, com uma dupla de pontas-de-lança como o Eusébio e Jordão, só podíamos jogar ao ataque, obviamente. Era uma dupla fantástica", relembra Fernando Peres, agora com 76 anos.

"Uruguai é duro mas tem belíssima equipa"

Passa quase meio século e Uruguai e Portugal voltam a defrontar-se com o objetivo de apuramento em mente. O antigo jogador de Sporting ou FC Porto - chegaria a ser campeão brasileiro pelo Vasco da Gama, já na reta final da carreira -, vislumbra o mesmo "ADN" em ambos os conjuntos.

"[Dureza] É a forma de estar e de jogar do Uruguai, mas cuidado, porque eles também têm uma belíssima equipa. Cuidado com os dois pontas-de-lança - o Cavani e o Luís Suárez. São dois 'matadores' e há que ter muita atenção. Só espero que Fernando Santos não jogue à defesa e que se bata, porque nós também temos bons jogadores para jogar ofensivamente", projeta Fernando Peres relativamente ao encontro dos "oitavos" do Mundial 2018.

"Com os jogadores que temos, podemos fazer melhor"

Alinhando pelo diapasão de grande parte do país, Peres concorda: Portugal tem capacidade técnica para registar exibições bem mais briosas do que as que marcaram a fase de grupos do campeonato do mundo.

"As coisas não estão a sair da melhor maneira, mas os resultados sim. Com os jogadores de alta craveira que temos, podemos fazer melhor", sustenta, mostrando-se confiança de que o nível qualitativo aumentará na Seleção Nacional.

De empate em empate, houve título europeu...

Ainda assim, Fernando Peres tem uma crença inabalável, suportada na identidade nacional, de que mesmo com jogos menos conseguidos, os resultados aparecem e continuarão a aparecer.

Há dois anos, apenas com uma vitória em período regulamentar, Cristiano Ronaldo e companhia foram campeões da Europa, em França. Na Rússia, a receita pode bem voltar a resultar.

"Isto parece-me o campeonato da Europa. Começámos menos bem, acabámos bem e fomos campeões europeus. Espero que o historial se repita: começar menos bem mas acabar campeões", conclui o antigo médio, internacional por 27 ocasiões, apontando quatro golos.

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  • 29 jun, 2018 11:07
    O diabo do ministro da educacao nao tem um ton de voz em condicoes ! parece voz de velho!

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