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Partidos exigem intervenção do MAI no caso da luso-colombiana agredida no Porto

28 jun, 2018 - 18:12

Jovem colombiana foi insultada e esmurrada por um segurança ao serviço dos STCP na noite de S. João.

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O Partido Socialista, o Partido Social-Democrata e o Bloco de Esquerda defendem que o Ministério da Administração Interna (MAI) deve intervir no caso da jovem luso-colombiana que foi insultada e agredida no Porto, na madrugada de domingo, por um funcionário de uma empresa privada ao serviço da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP).

Foi esta a posição transmitida esta quinta-feira por Carlos César, presidente e líder do grupo parlamentar socialista, em declarações aos jornalistas no final de uma reunião da bancada.

"Não podemos pensar que Portugal é uma exceção no mundo, que tudo em Portugal decorre da melhor forma e não podemos ignorar que situações destas escondem uma realidade que também coincide na vida social portuguesa", sublinhou. "É por isso necessário fazer uma avaliação desta matéria e é importante também que o Governo tenha consciência de que o que se passou não foi uma mera desavença."

Questionado sobre a atuação das autoridades, perante denúncias de que a PSP nada terá feito apesar de ter conhecimento do que se passou, o presidente do PS sublinhou que "é justamente isso" que deve ser salientado.

"É importante que estes acontecimentos não sejam subvalorizados, é importante que sejam mesmo sobrevalorizados, porque é essa a obrigação das autoridades num Estado de Direito." A isto acrescentou: "Nós não temos que defender o país que temos, temos de defender o país que queremos e isso é muito importante em casos como este."

Já Rubina Berardo, deputada do PSD, defendeu a importância de o MAI averiguar o que aconteceu na madrugada de domingo, noite de S. João no Porto, quando Nicol Quinayas, de 21 anos, nascida na Colômbia e a viver em Portugal, foi insultada e socada pelo segurança da empresa privada 2045, que fornece serviços à STCP.

"O Ministério deverá certamente averiguar o que é que aconteceu", sublinhou a social-democrata. "Qualquer cidadão que seja alvo deste género de violência deverá sempre ser acompanhado em termos de uma investigação das circunstâncias, pelo que o Governo deverá ter o seu papel de fazer uma investigação deste caso e também do que poderá ser feito para prevenir este género de atitudes que são profundamente condenáveis dentro do enquadramento do Estado de Direito em Portugal."

Da parte do Bloco, a deputada Sandra Cunha ressaltou que o Governo "deve dar um sinal concreto às forças e serviços de segurança de que é sua responsabilidade e competência proteger as pessoas e agir em conformidade".

"Proteger as pessoas significa, perante uma situação desta gravidade e desta violência, atuarem em conformidade e parece que não foi isso que aconteceu", criticou. "O Governo deve fazer essa chamada de atenção e, evidentemente, depois as chefias da PSP também devem, internamente, agir em conformidade. Em relação à empresa de segurança, consideramos que, ainda que já esteja a decorrer um processo interno de averiguações, isto não se pode ficar por simples procedimentos administrativos e deve ser apurado outro tipo de responsabilidades ao elemento mas também à empresa de segurança."

Classificando o que aconteceu a Nicol Quinayas como "um ato de violência gratuita, desproporcional, ilegítima e chocante", o grupo parlamentar do BE dirigiu uma série de questões ao MAI sobre o caso.

No documento, os bloquistas citam relatos que dão conta de que "as agressões foram motivadas única e exclusivamente pelo racismo e xenofobia daquele funcionário". Ainda segundo relatos citados pelo BE, o segurança em causa "insultou a jovem mais do que uma vez, referindo-se à mesma como 'preta de merda' ou tecendo comentários como 'gente como vocês, pretos, só arranjam problemas'".

Comentários
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  • Frank
    29 jun, 2018 Idanha 00:22
    Um segurança deixa uma mulher neste estado e a PSP nem o identifica? Estamos onde caraças? Que vergonha
  • fanã
    28 jun, 2018 aveiro 19:23
    Não sabendo o que justificou tal violência, nada a justifica !...............Não matou não roubou, senão já estava presa, portanto só foi pura brutalidade que deve ser altamente condenada !

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