28 jun, 2018 - 17:32
Com o prazo a apertar para a Casa Branca voltar a reunir as famílias de migrantes separadas nos últimos meses na fronteira dos EUA com o México, foi denunciado esta quinta-feira que há crianças a receberem ordens para se apresentarem em tribunal sozinhas, sem progenitores nem guardiões legais, para as audiências em que será decidida a sua deportação.
As informações estão a ser avançadas por advogados que estão a lidar com casos destes nos estados do Texas, da Califórnia e em Washington D.C.
O canal NBC aponta que obrigar menores que viajam desacompanhados a enfrentarem estas audiências sozinhos não é uma prática nova.
Contudo, desde que a administração de Donald Trump pôs em marcha a sua política de "tolerância zero" contra a imigração - que passa, sobretudo, por separar crianças dos seus familiares adultos - tem havido cada vez mais crianças, algumas com apenas três anos, a serem presentes a tribunal sem a presença de qualquer adulto responsável por elas.
Neste momento, aponta a mesma estação televisiva, há mais de 2000 crianças que provavelmente terão de lidar com estes processos judiciais sozinhas, enquanto tentam gerir o trauma de terem sido separadas dos pais ou de outros familiares e colocadas em centros de detenção na fronteira com o México.
"Recentemente estivemos a representar uma criança de três anos em tribunal que tinha sido separada dos pais e, no meio da audiência, a criança começou a subir para cima da mesa", relata Lindsay Toczylowski, diretora executiva do Centro de Defensores Legais de Imigrantes, com sede em Los Angeles. A situação, aponta, "deixou a descoberto a absurdidade do que está a ser feito a estas crianças".
Contactada pela NBC e por outros meios de comunicação norte-americanos, a agência de imigração dos EUA, correspondente ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras português, que está a cargo das deportações de imigrantes que entram clandestinamente no país, não respondeu às perguntas que lhe foram enviadas sobre estes casos.