António Costa. Só uma Europa organizada pode responder aos desafios migratórios

O primeiro-ministro, António Costa, defendeu, esta quinta-feira, à entrada do Conselho Europeu sobre as migrações, que decorre até sexta-feira, que só uma Europa organizada pode responder aos desafios da crise migratória que continua a marcar a atualidade europeia.

"Não é admissível que continuem a morrer, no Sahara ou no Mediterrâneo, os milhares de seres humanos que todos os anos morrem por não haver capacidade de a Europa se organizar para poder ter canais legais e seguros para o acolhimento dos refugiados", disse Costa, aos jornalistas.

O chefe do Governo português defendeu, ainda, que o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) deve estar envolvido na criação de plataformas de desembarque para encaminhar os muitos milhares de requerentes de asilo que tentam entrar em solo europeu: "Não é aceitável que não trabalhemos com o ACNUR, que não trabalhemos com a OIM, tendo em vista encontrar plataformas - do lado de cá ou do lado de lá do Mediterrâneo - que permitam efetivamente que esses canais legais e seguros existam, para que possamos cumprir a nossa obrigação de acolher todos aqueles que carecem de proteção."

A Europa continua dividida entre aqueles que defendem a criação de canais seguros para acolher refugiados na Europa, como declarou Costa, e outros, como a Hungria e o restante grupo de Viségrad, que não querem acolher requerentes de asilo.

À entrada para o Conselho Europeu, o chefe do Governo húngaro, Viktor Orbán, voltou a sublinhar esta tarde que a Europa não deve receber mais migrantes e que os que já cá estão devem ir embora.