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​Pedalar para a sustentabilidade. U-Bike chega à Universidade de Évora

14 jun, 2018 - 11:52 • Rosário Silva

Fase piloto arranca com 25 bicicletas, mas a academia alentejana quer começar o próximo ano letivo com 500 a circularem pelas ruas de Évora.

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Tiago Monginho é um dos alunos selecionados para esta fase piloto do projeto nacional U-Bike que, partir desta quinta-feira, chega a Évora através da universidade.

O estudante de engenharia informática tem 22 anos e está entusiasmado com a bicicleta que vai receber, tanto mais que vai trazer melhorias ao seu dia-a-dia.

“Ao contrário de muitos colegas, moro fora das muralhas”, conta à reportagem da Renascença, o aluno que se desloca, diariamente, a pé. “Demoro cerca de 15 minutos a chegar e de bicicleta espero fazer o mesmo percurso em apenas 5 minutos”, refere.

A pé desloca-se, também, António Vieira. Logo que tomou conhecimento do projeto, procurou informações e está agora na lista dos primeiros utilizadores.

O estudante de 26 anos confessa pouca apetência para o exercício físico, lacuna que a bicicleta vai ajudar a ultrapassar. A frequentar o mestrado em Políticas Públicas e Projetos, António destaca a importância desta iniciativa para os eborenses, a própria cidade e o ambiente.

“É uma espécie de mudança de mentalidades, não só pelas questões ambientais, mas também pelas questões da mobilidade, num tempo em que se discutem muito os transportes, os preços e as alternativas”, abona.

Neste processo inicial, a Associação Académica da Universidade de Évora (AAUE) dá uma preciosa ajuda, “passando a mensagem junto dos estudantes”, declara Ana Rita Silva.

A aluna do mestrado em Práticas Artísticas e Artes Visuais é, também, a presidente da AAUE. “O nosso papel passa por ajudar a universidade a perceber quais são as necessidades, a quem vamos ceder as bicicletas, descobrir quantos interessados existem e se estas 500 bicicletas são suficientes”, anuncia Ana Rita Silva.

Nesta fase experimental do U-Bike vão circular apenas 25 bicicletas, mas a reitora da instituição quer que o projeto arranque em pleno a partir de setembro, altura em que começa mais um ano académico.

Alunos, professores e funcionários vão poder usufruir, em pleno, de um total de 500 bicicletas – 300 convencionais e 200 elétricas – por um período entre seis meses a um ano.

Ouvida pela Renascença, Ana Costa Freitas considera que “para a cidade de Évora é uma mais-valia” pois “ostenta o título de Património da Humanidade o que lhe confere grandes responsabilidades”.

Parte integrante do ambiente e da própria vivência da cidade, a academia só tem a ganhar com este projeto. “Para nós é importante que avance em Évora, pelas preocupações de sustentabilidade e mobilidade”, sublinha a reitora.

Ana Costa Freitas considera, por outro lado, que o U-Bike “faz todo o sentido”, atendendo “à falta de transportes públicos” na cidade, assim como à “dispersão da universidade, em vários polos, no centro histórico e fora dele”.

A Universidade de Évora é uma das 15 instituições de ensino superior que concorreram ao Projecto U-Bike Portugal, criado para estimular a adoção de hábitos de mobilidade mais sustentáveis, promovendo o uso destas bicicletas mais amigas do ambiente nas comunidades académicas.

São as próprias instituições que estabelecem as normas de utilização das bicicletas adquiridas, com a aposta no aluguer de longa duração – um semestre ou um ano letivo – mediante a entrega de uma caução como forma de responsabilizar os utilizadores.

A coordenação nacional do projeto está a cargo do Instituto de Mobilidade e dos Transportes. É apoiado pelo Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR) e financiado por fundos comunitários.

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  • Morte
    15 jun, 2018 lisboa 14:58
    Se não forem criadas vias exclusivas as mortes resultantes desta iniciativa serão da responsabilidade dos promotores deste projeto e poderão ser levados ao tribunal europeu ou internacional.Bicicleta c queda ou acidente causa danos graves.Há uma certa imaturidade nestas iniciativas ,as mais de 500 mortes nas estradas por ano são algo de surreal com estes projetos talvez cheguemos aos mil.Pedalem e não morram ,

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