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“Não se deixe enganar”. Há falsos tratamentos para a praga dos castanheiros

14 jun, 2018 - 10:36 • Olímpia Mairos

O alerta surge em Vinhais, onde nos últimos dias apareceram algumas pessoas a tentar burlar alguns produtores.

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Há pessoas a aproveitarem-se do combate à praga da vespa das galhas do castanheiro para tentarem burlar os produtores com falsos tratamentos. O alerta é deixado pelo presidente da Câmara de Vinhais

“Em algumas aldeias apareceram lá uns indivíduos a vender uns frasquinhos que deviam ser mosquitos ou qualquer outra coisa, mas que não era realmente o parasita para combater a doença”, afirma Luís Fernandes.

O autarca pede aos produtores que “não se deixem enganar” e assegura que “a autarquia estará sempre disponível para ajudar, no que lhe for necessário, para combater a vespa, tanto a nível local como na sensibilização junto do Governo”.

No concelho de Vinhais, as largadas dos parasitoides são realizadas exclusivamente pelo Instituto Politécnico de Bragança (IPB), Associação Agro-Florestal e Ambiental da Terra Fria Transmontana (ARBOREA) e Empresa Municipal de Desenvolvimento Rural de Vinhais (PRORURIS).

Em Trás-os-Montes, região que mais castanha produz no país, as autarquias têm feito ações de sensibilização e promovido várias largadas de parasitoides. Só em Vinhais, durante o mês de maio, foram realizadas 52 largadas nas freguesias com maior número de focos das vespas.

Luta biológica em curso

A vespa da galha do castanheiro está praticamente em todo o país e constitui uma séria ameaça à sustentabilidade dos soutos porque “destrói a floração das galhas e invalida qualquer possibilidade de haver fruto”.

A luta biológica tem sido o método que se tem revelado eficaz no combate a esta praga e foi também o método adotado em Itália e em Espanha. Consiste na largada dos parasitoides `Torymus sinensis`, insetos que se alimentam das larvas que estão nas árvores e são capazes de exterminar a vespa.

Após a implementação destas medidas, das largadas de parasitoides, serão necessários três a quatro anos para que seja atingido um novo equilíbrio entre praga e parasita. “À medida que o parasita vai crescendo, a praga vai diminuindo o seu nível de ataque”, explica José Gomes Laranjo, presidente da presidente da Associação Nacional da Castanha (RefCast).

A vespa dos galhos do castanheiro é um problema sério, “pode envolver reduções de produção numa situação de controle na ordem dos 10 a 15% de redução de produção. Mas, se nada for feito, envolve reduções de produção em mais de 90%, como haverá algumas situações pontuais no país, onde isso irá acontecer”, alerta o investigador da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

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