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Portugal nega crimes contra a humanidade na República Centro-Africana

07 jun, 2018 - 20:12

Comandante Coelho Dias desvaloriza as manifestações contra as forças portuguesas, referindo que são feitas por pessoas com ligações aos grupos armados responsáveis pela violência no país.

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Os militares portugueses só usam a força em situações limite, quando são atacados ou para defender as populações. É assim que o Estado Maior General das Forças Armadas (EMGFA) reage às noticias de manifestações na República Centro-Africana contra a força portuguesa.

Nestas manifestações, na zona de Bangui, os paraquedistas portugueses e os militares ruandeses ao serviço da ONU foram acusados de “crimes contra a humanidade”.

Em declarações à Renascença, o porta voz do EMGFA, comandante Coelho Dias, garante que as acusações não fazem qualquer sentido.

“O papel primordial dos militares portugueses é dissuadir a violência e atuar na prevenção das violações do direito à vida. Os militares portugueses são os primeiros a quererem preservar o direito à vida e os direitos dos inocentes e a proteger os inocentes”, afirma o comandante.

O porta-voz do EMGFA sublinha que, quando são chamados a atuar, como tem vindo a acontecer frequentemente na República Centro-Africana, não pode deixar de responder a fogo hostil.

“Quando são chamados a atuar, como foi o caso no dia 30 de abril, em confrontos muito violentos durante um ataque à esquadra local e onde, depois, grupos armados entraram em confrontos entre eles, os portugueses são recebidos a tiro e, naturalmente, têm de fazer o uso da forço proporcional para se defenderem e preservar o direito à vida por parte da população inocente”, explica.

Coelho Dias desvaloriza as manifestações contra as forças portuguesas, referindo que são feitas por pessoas com ligações aos grupos armados responsáveis pela violência no país.

“São reações de membros da população local afetos aos grupos rebeldes que se confrontam pela disputa territorial. Ainda ontem, houve uma nova manifestação pacífica de um grupo muito maior que pedia encarecidamente, às autoridades locais e às Nações Unidas, que a presença dos capacetes azuis portugueses se mantenha”, salienta o porta-voz do Estado Maior General das Forças Armadas.

Os militares portugueses foram, recentemente, reconhecidos pelo seu trabalho na manutenção da paz na missão na República Centro-Africana, pelo general Fadhil Omary Nondo, do Exército da Tanzânia e Comandante de Setor das Forças Militares de Capacetes Azuis em Bambari.

O atual contingente é composto por 156 militares do Exército, na sua maioria paraquedistas, e três da Força Aérea, sendo no total 159 militares em operação.

Desde que iniciou missão, há cerca de três meses, os paraquedistas portugueses já estiverem cerca de 20 vezes em confronto e sob ataque com grupos armados ou criminosos que operam naquele país.

De acordo com as Nações Unidas, mais de 1,2 milhões de pessoas estão a ser afetadas pelo conflito. Uma em cada quatro pessoas na República Centro-Africana foram obrigadas a fugir para o interior e para países vizinhos devido ao conflito iniciado em 2013.

De acordo com dados registados até abril deste ano, 670 mil pessoas foram consideradas deslocados internos, enquanto 580 mil são refugiados.

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  • José Gomes L
    07 jun, 2018 Lisboa 20:27
    Os criminosos modernos, lá como cá, usam sempre todos os meios legais e ilegais. Os criminosos não têm pátria.

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