05 mai, 2018 - 19:43 • Teresa Paula Costa
Mais de mil e duzentos jovens das várias dioceses do país participam este fim-de-semana no “Fátima Jovem”. A tradicional peregrinação nacional ao santuário de Fátima é uma iniciativa do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil, e tem este ano como tema “Eis “Eis a serva do senhor, faça-se em mim segundo a tua vontade”.
“Vim a Fátima para me encontrar com Mãe”, disse à Renascença Roberto Borges, de Gaia. Para o jovem de 25 anos, que já participou numa edição das Jornadas Mundiais da Juventude, “o espírito de vir aqui não é só ouvir e ir embora, é o convívio de dois dias com outras pessoas. É sempre bom estar aqui com Maria e sentir o calor com que Ela nos une.”
A peregrinação contou este ano com uma participação especial, a de António Raminhos. O conhecido humorista, que anima as manhãs da RFM (um dos canais do grupo Renascença Multimédia) aceitou o convite da organização e, nesta tarde de sábado, deixou aos jovens o seu testemunho de fé.
“Se alguém me dissesse há 10 anos que eu iria estar em Fátima a falar com jovens peregrinos, eu iria sorrir, mas aconteceu”, brincou o humorista, para quem o convite “não é assim tão inusitado”. Afinal, lembrou, “dei catequese, fiz o Crisma, portanto tenho aqui uma certa responsabilidade nesta missão, de vir aqui”.
“Hoje está muito na moda ser ateu, parece que é assim algo muito na vanguarda, muito revolucionário, não acreditar em nada dessas coisas. A fé é uma questão muito pessoal, todas as pessoas têm fé, mesmo aquelas que não acreditam”, defendeu.
Em declarações à Renascença António Raminhos confessou que vem frequentemente a Fátima para agradecer “a vida e a família” que tem, mas também “pelas dificuldades que me colocam à frente”, porque “se as pedras são colocadas no caminho, é porque certamente temos os instrumentos para as tirar e para as ultrapassar”.
Embora se assuma como “homem de fé”, reconhece que por vezes “essa fé é abalada”, mas considera que “é nessas alturas que nós temos de respirar um bocadinho e dar um passo atrás para dar dois passos à frente. E é aí que a fé sai mais reforçada”, garante.
Para o padre Filipe Diniz, responsável pelo Departamento Nacional da Pastoral Juvenil (DNPJ), o “Fátima Jovem” é uma ocasião para os jovens se encontrarem tendo por pano de fundo Maria. O sacerdote salientou, em primeiro lugar, a “dimensão da reunião”, que é “extremamente importante”, pois “ao congregar e reunir os jovens”, também os ajuda “a viver um ideal e um objetivo comum”.
Por outro lado, diz, “é o olhar para a Virgem Maria e para o seu testemunho”. Daí a escolha do tema para a edição deste ano do “Fátima Jovem” estar relacionado com o tema da próxima Jornada Mundial da Juventude (JMJ 2019), porque se Maria “deu o seu sim a Deus”, a Igreja Católica é chamada a desafiar os jovens a fazer o mesmo e a “não terem medo”.
O programa deste ano do “Fátima Jovem” inclui, ainda, um concerto oração pelo padre João Paulo Vaz, da diocese de Coimbra, e a participação nas cerimónias de domingo no santuário de Fátima.