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Carlos César. “Sócrates deixa uma marca positiva como primeiro-ministro"

04 mai, 2018 - 11:46

“Infelizmente, em vários governos e partidos têm existido pessoas cuja conduta e comportamento é censurável”, afirma o líder parlamentar socialista.

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O PS reagiu, esta sexta-feira, ao pedido de desfiliação apresentado pelo antigo líder José Sócrates. A palavra coube ao líder parlamentar e presidente do partido, Carlos César, que enalteceu o contributo dado pelo antigo primeiro-ministro ao país.

"O PS orgulha-se do seu contributo ao longo de toda a história democrática para o progresso do nosso país e em especial nas circunstâncias em que o PS assumiu responsabilidades governativas. O engenheiro José Sócrates deixou uma marca muito positiva como primeiro-ministro, num período em que o nosso país alcançou progressos e resultados assinaláveis", afirmou.

Não obstante, a confirmarem-se as suspeitas e acusações, “aquilo que hoje os portugueses sentem é um entristecimento e um sentimento de revolta", destacou.

Quanto à decisão tomada pelo antigo líder do partido, "trata-se naturalmente de uma decisão assumida de forma responsável, de forma livre e no uso de um direito que ao engenheiro José Sócrates cabe", indicou.

Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, sem direito a perguntas, o presidente socialista sublinhou ainda que nada mudou no discurso do partido no que diz respeito à separação de poderes política e justiça.

“O que dissemos e continuamos a dizer é que, em circunstâncias que envolvam suspeitas e acusações de atos graves, da parte do PS haverá desde logo e sempre uma preocupação” de “separação daquilo que é da justiça e aquilo que é da política”, garantiu.

Carlos César referiu-se também aos trabalhos que continuam na comissão eventual da Transparência.

“O PS propôs a formação de uma comissão eventual para a transparência, que hoje trabalha um conjunto de projetos, entre os quais os apresentados pelo Partido Socialista, que visam disciplinar e monitorizar a ação dos políticos, do ‘lobbying’ e toda a envolvência de aspetos que podem tornar a atividade política menos transparente e que importa que sejam corrigidos e melhorados em abono da qualidade da nossa democracia”, afirmou.

O presidente do PS deixou mais uma ressalva: estes casos mediáticos, com este tipo de suspeitas e acusações não são exclusivos do PS.

“São casos que se têm disseminado ao longo dos anos por personalidades e situações que não envolvem o Partido Socialista. Temos de ter a consciência e não apagar da nossa memória que em inúmeras situações, infelizmente, em vários governos e em vários partidos, têm existido pessoas cuja conduta e cujo comportamento é censurável. Algumas até já cumpriram penas de prisão, outros são arguidos, outros têm graves suspeitas que ainda não foram esclarecidas e são pessoas de todos os partidos e, em particular, daqueles que têm desempenhado funções de Governo e que têm exercido não só na administração central essas responsabilidades como a outros níveis incluindo a administração local”, apontou.

Comentários
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  • João Lopes
    04 mai, 2018 Viseu 18:30
    Além de Sócrates e Pinho, haverá mais ministros e secretários de estado responsáveis pelo famoso «pântano» de que se queixou Guterres, quando abandonou o Governo! Haverá mais casos e bastan-tes... «Um Estado que não se regesse segundo a justiça reduzir-se-ia a um grande bando de ladrões» escreveu Agostinho de Hipona (354-430). Confiemos na Justiça, e se for necessário construam-se mais prisões!
  • MASQUEGRACINHA
    04 mai, 2018 TERRADOMEIO 17:06
    Até que enfim, um especialista a falar do que melhor sabe! Porque, em matéria de "marcas muito positivas" o Sr. líder parlamentar também vai deixar um belíssimo legado. Apesar do discurso ser bastante esquisito, gostei particularmente do brasileiríssimo "roubou, mas fez" (ainda não se provou se roubou, mas já se percebeu perfeitamente que o melhor seria não ter feito tanto). Também apreciei a deriva whataboutista sobre o que "os outros" também fizeram e deixaram de fazer - um toquezinho anglo-saxónico cai sempre bem nestes momentos de alta política explicada ao bom povo que lava no rio... sem conseguir livrar-se das nódoas. E é este o líder para-lamentar... chego a ter pena do Costa.
  • Helena Matos
    04 mai, 2018 Coimbra 16:06
    Este raramente fala com acerto. Pois qdo disse uma coisa de jeito, apressou-se a vir borrar a pintura. É mesmo de político: dá uma no cravo, outra na ferradura. Como se se pudessem apagar as trafulhices que fez (e está por apurar por q raio fomos parar à pré banca rota) com um "contributo positivo para o país", o que quer q isto queira dizer. Fico a perguntar-me se ainda há medo de afrontar e enfrentar a criatura. Ao q dizem, no governo do senhor ninguém levantava a grimpa, q o homem se passava dos carretos com alguma facilidade. Aliás, a CS andava caladinha pq a personagem se metia em tudo. Mas agora, meus senhores, com evidências escancaradas?! Ainda é preciso "dar uma no cravo, outra na ferradura?" Que tristeza!
  • Die
    04 mai, 2018 Dar 14:02
    Ainda bem que este senhor abriu a boca! Com estas palavras ainda há quem queira votar no PS?? Realmente o povo é mesmo ignorante...
  • A. MOURA
    04 mai, 2018 Lx 13:16
    Causa-me repulsa este tipo. Primeiro disse que tinha vergonha e agora diz q o governo do Sócrates deixa uma marca positiva. É capaz de dizer tudo e o seu contrário de forma hipócrita e sem qualquer vergonha. Nojento.

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