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Mudanças no currículo escolar. Escolas “não estão preparadas"

30 abr, 2018 - 12:37

Rui Martins, da Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação, disse, na Manhã da Renascença, o que pensa sobre a alteração dos currículos dos ensinos básico e secundário.

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Os pais e encarregados de educação que formam a Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE) consideram que a maioria das escolas não tem condições para dar mais horas de expressões físicas e artísticas aos alunos, que o Executivo quer incluir no currículo dos ensinos básico e secundário.

“A intenção [do Governo] é boa, mas haverá muito a fazer nas escolas para garantir estas aprendizagens”, afirma Rui Martins, dirigente daquela confederação.

“Aquilo que nós verificamos no terreno é que a maior parte das escolas, nomeadamente as centenárias, não estão preparadas, não têm equipamentos que garantam a prática de grande parte destas aprendizagens. A CNIPE já chamou a atenção para este problema”, acrescenta, considerando positiva “toda intenção de dar mais autonomia às escolas e que elas possam de alguma forma alterar o currículo para dar mais peso a toda a componente artística e promotora da atividade física”.

Esta segunda-feira, termina a discussão pública do diploma que estabelece os novos currículos dos ensinos básico e secundário. Uma das alterações prende-se justamente com a atribuição de mais horas para as expressões físicas e artísticas.

O Governo defende que todas as disciplinas devem ter o mesmo peso e quer atribuir mais horas às disciplinas chamadas de expressão artísticas e físicas.

Quantos frequentam as atividades de enriquecimento curricular?

Mais de 278 mil alunos frequentam, no presente ano letivo, as atividades de enriquecimento curricular. As de âmbito desportivo ou artísticas são as mais procuradas.

De acordo com os dados preliminares divulgados pela Direção-Geral de Estatísticas de Educação e Ciência (DGEEC), 85,9% dos alunos matriculados no ano letivo 2017/2018 no ensino básico regular frequentam as AEC.

De toda a oferta, a maior procura vai para o desporto, com 56,3% dos inscritos, seguido das atividades artísticas (49,4%) e da aprendizagem da língua inglesa (18,8%).

Bem distante aparecem as atividades na área científica (9,1%), do campo tecnológico (5,2%), a ligação da escola com o meio (3,8%), o inglês como oferta complementar (3%), a solidariedade e voluntariado (0,3%) e, finalmente, a aprendizagem de outras línguas estrangeiras e a dimensão europeia na educação (ambas com 0,1%).

Em termos de distribuição geográfica, é na área de Lisboa e Vale do Tejo (DSRLVT) que surge a maior percentagem de alunos a frequentar AEC (87,5%) dos 122.230 matriculados.

A região Norte (DSRN) surge a seguir, com 87,1% dos 117.021 matriculados a frequentar AEC.

Na região do Alentejo, dos 16.593 alunos matriculados no ensino básico – 1.º ciclo regular, 85,1% frequentam as AEC e na região Centro (51.139 matriculados) são 83,6% dos estudantes.

A região do Algarve é a que menor percentagem de alunos a frequentar AEC apresenta, com 73,9% dos 16.864 matriculados.

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