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Patriarca quer “sociedade paliativa” contra legalização da eutanásia

23 abr, 2018 - 20:45 • Susana Madureira Martins

D. Manuel não tem dúvidas de que Marcelo Rebelo de Sousa saberá como e quando tomar posição sobre este assunto.

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O Patriarca de Lisboa acredita que se a sociedade e os deputados estiverem devidamente informados, saberão legislar de forma positiva sobre casos de fim de vida.

D. Manuel Clemente esteve esta segunda-feira a assistir a uma conferência sobre o tema que decorreu na Universidade Católica, em Lisboa, em que foi descrita a forma como evoluiu a morte assistida na Holanda, em que há uma cada vez maior generalização de casos.

O Patriarca diz que os números falam por si e fazem pensar sobre os projetos de lei que estão em discussão na Assembleia da República.

“Acredito sobretudo que informações deste género, que tivemos sobre a situação da Holanda e de outros países que foram por este caminho e que não resultaram de maneira nenhuma – antes pelo contrário, porque nem diminuíram os casos de eutanásia nem diminuíram os casos de suicídio – nos façam pensar. Eu acredito que as pessoas que estão na Assembleia da República e na sociedade são pessoas com consciência e por isso mesmo esta informação fará que decidam da melhor maneira”, considera D. Manuel.

E caso haja dúvidas, o Patriarca esclarece de seguida que “a melhor maneira só pode ser resolver um problema que realmente existe, que afeta tantas pessoas que estão doentes e desacompanhadas, no sentido de as acompanhar mais, com os cuidados paliativos, com certeza, e com uma sociedade que se torna toda ela paliativa.”

“Porque nesta situação em que as pessoas são abandonadas tantas vezes à sua dor, e não têm quer da parte do Estado quer da parte da sociedade o acompanhamento devido, poderia agravar-se com uma legislação deste género”, avisa.

“Com iniciativas destas, com esclarecimentos, informação, com profissionais de saúde, com juristas, com pessoas que conhecem a realidade mais de perto, toda a consciência cresce e há de refletir-se numa legislação positiva e não nesta que estes projetos apresentam”, conclui D. Manuel.

Questionado pela Renascença sobre o silêncio do Presidente em relação a este assunto, o Patriarca diz que nem sequer será preciso apelar a Marcelo Rebelo de Sousa para assumir as suas responsabilidades.

“Nem preciso de fazer esse apelo porque o Presidente da República tem-se mostrado sempre muito consciente das suas responsabilidades e por isso não deixará de as exercer, não é preciso sequer apelar. Quando for o caso, com certeza que tomará as suas responsabilidades”, diz o cardeal.

A conferência foi organizada pela Universidade Católica Portuguesa e pela campanha Toda a Vida Tem Dignidade, com o apoio da Renascença e da agência Ecclesia.

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  • João Lopes
    27 abr, 2018 Viseu 12:45
    A defesa da vida, em todas as circunstâncias, é a defesa da humanidade. Os promotores da cultura da morte − aborto e eutanásia − atentam contra a dignidade da pessoa humana: são os "bárbaros" e os "monstros" destes tempos… A eutanásia e o suicídio assistido são diferentes formas de matar. Os tribunais, os médicos e os enfermeiros existem para defender a vida humana e não para matar nem serem cúmplices do crime de outros...
  • Anónimo
    25 abr, 2018 01:21
    Eu quero uma sociedade contra os abusos sexuais na igreja.

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