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PCP exige nova ponte sobre o Tejo entre Barreiro e Lisboa

11 abr, 2018 - 07:37 • Susana Madureira Martins

Os deputados comunistas ouvem hoje o Laboratório Nacional de Engenharia Civil sobre a situação da ponte 25 de Abril e consideram ser altura de projetar uma terceira travessia.

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O PCP considera “absolutamente necessário” construir uma terceira travessia sobre o Tejo e o relatório do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) sobre as condições da ponte 25 de abril, divulgado há algumas semanas pela revista “Visão”, é para os comunistas prova dessa necessidade.

O LNEC é ouvido esta quarta-feira no Parlamento a pedido do PCP, precisamente sobre esse relatório, e o deputado Miguel Tiago defende que é tempo de dar o passo em frente e construir a travessia Barreiro-Lisboa, dando resposta ao problema da mobilidade entre as duas margens.

Em declarações à Renascença, o deputado comunista diz que “essa é a mais razoável das propostas que possam existir” e a situação de risco revelada pelo LNEC em relação à ponte 25 de abril “comprova que faz cada vez mais sentido começar a pensar nessa travessia”.

Miguel Tiago avisa que, da parte do PCP, “há intenção de continuar a pressionar para que esse projeto se concretize o mais rapidamente possível” e que essa pressão vai existir “independentemente dos governos”.

O deputado nota que “PS, PSD CDS optam por um modelo de investimento que acaba por implicar as parcerias público privadas” e que essa “não é” a opção dos comunistas, mas “ainda assim neste momento concreto é necessário avançar com essa travessia”, acrescenta.

Erros políticos? Pagam-se nas urnas

Esta quarta-feira, na audição ao LNEC, o PCP quer saber porque é que uma intervenção considerada necessária na ponte 25 de abril “foi protelada durante três anos”, ou seja, se no relatório se conclui que a estrutura oferecia riscos para os utentes, é preciso saber quando é que esses riscos “foram detetados” e como é “que o governo reagiu”, explica Miguel Tiago.

No requerimento do PCP é também pedida a audição ao ministro das Obras Públicas, Pedro Marques, e esta audição ao LNEC servirá ainda para depois confrontar “o governo com as opções de manutenção de uma Parceria Público Privada que “é contra o interesse nacional, que escoa recursos dos portugueses”, conclui o deputado comunista.

Questionado se estas audições servem para encontrar responsáveis ou culpados deste ou do anterior governo em relação a eventuais erros políticos relacionados com a ponte 25 de abril, Miguel Tiago responde que “é claro que as responsabilidades políticas não podem ser ignoradas”.

O deputado acrescenta que “se neste processo forem identificadas ações lesivas do interesse nacional com origem num gabinete político ou numa decisão política, evidentemente que serão sempre os portugueses a apurar essa responsabilidade politica”. E diz mais: serão os portugueses “a castigarem nas urnas aqueles que entenderem que são responsáveis”, rematando que cada um tem essa opção de não escolher aqueles que acha “que tomam medidas contra o interesse do país”.

Mas, para já, “a questão é compreender o que está mal” e “minimizar estes custos”. Miguel Tiago refere que tudo isto também serve para colocar em questão o modelo da ponte, porque é que se paga “tanto a uma empresa privada e nos momentos em que é preciso intervir sobre a ponte não está garantida a segurança, nos momentos em que é preciso intervir é o Estado que é chamado a pagar”.

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