10 abr, 2018 - 07:32 • Paulo Ribeiro Pinto
Um grupo de economistas de que faz parte o deputado independente eleito pelo PS Paulo Trigo Pereira lança, esta terça-feira, um livro com propostas orçamentais alternativas às do Governo e com o aviso de que não deverá haver descida de impostos até 2021.
Paulo Trigo Pereira, Ricardo Cabral, Luís Teles Morais e Joana Andrade Vicente consideram existir uma preocupação excessiva com as metas do défice e chumbam as previsões do executivo, apresentando metas mais modestas do que as propostas pelo ministro das Finanças, Mário Centeno, para os próximos três anos.
Na opinião de Paulo Trigo Pereira, o excedente orçamental de 0,25% do PIB que o Governo está a contemplar (e que os economistas contestam), a rondar os 1.300 milhões de euros, deve ser utilizado para reforçar e financiar os serviços públicos - como a saúde.
“Há, de facto, suborçamentação crónica na saúde, mas há também problemas de gestão. Há que identificar as ineficiências na gestão e superar essas ineficiências”, diz o deputado à Renascença.
Quanto a alívios fiscais, o deputado acredita que até 2021 não há margem para grandes descidas: “Nos próximos três anos, não há grandes condições para reduzir o nível de fiscalidade. Basicamente, no nosso cenário, há algum ligeiro desagravamento do IRS e do IRC.”
No livro, os quatro economistas consideram ainda que as previsões do Governo para a descida da despesa com pessoal não se deverão concretizar, tendo em conta o descongelamento das carreiras e a integração de mais funcionários, a que se soma a reposição de salários.
“Uma Estratégia Orçamental Sustentável para Portugal” é lançado ao final da tarde desta terça-feira, a poucos dias da apresentação do Programa de Estabilidade que Portugal terá de enviar a Bruxelas.