30 mar, 2018 - 21:45 • Aura Miguel
Francisco desafiou a consciência adormecida da humanidade e defende a Igreja, apesar de identificar as tentativas para a desacreditar.
No final da Via Sacra a que presidiu, esta noite no Coliseu de Roma, o Papa Francisco refletiu sobre duas palavras-chave que podem definir o olhar de cada um para Jesus na cruz: vergonha e esperança.
“Vergonha, porque tantas pessoas e até alguns teus ministros deixaram-se enganar pela ambição e vã glória, perdendo a sua dignidade e o seu primeiro amor; vergonha, porque as nossas gerações estão a deixar aos jovens um mundo fraturado pelas divisões e guerras, um mundo devorado pelo egoísmo onde os jovens, os pequenos, os doentes e os idosos são marginalizados; vergonha por ter perdido a vergonha”, começou por dizer o Papa.
Após ter meditado sobre textos escritos por jovens, o Papa lembrou ainda que “só o bem pode derrotar o mal e a maldade, só o perdão pode abater o rancor e a vingança, e que só o abraço fraterno pode dispersar a hostilidade e o medo do outro”.
Depois sinalizou dois sinais de otimismo. “Esperança, porque tantos missionários continuam, ainda hoje, a desafiar a consciência adormecida da humanidade, arriscando a vida para te servir nos pobres, nos descartados, nos imigrados, nos invisíveis, nos explorados, nos esfomeados e nos encarcerados.”
E continou:“ Esperança porque a tua Igreja, santa e feita de pecadores, continua ainda hoje, apesar de todas as tentativas para a desacreditar, a ser uma luz que ilumina, encoraja, alivia e testemunha o teu amor ilimitado pela humanidade, um modelo de altruísmo, uma arca de salvação e uma fonte de certeza e de verdade”.