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Mau tempo fez cair 18 arribas no Algarve

07 mar, 2018 - 13:18

Desmoronamentos registaram-se nos concelhos de Albufeira, Lagoa e Portimão.

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A queda de uma arriba na praia dos Careanos, em Portimão, na terça-feira, foi o 18.º desmoronamento registado na costa do barlavento algarvio desde o início do mau tempo, revelou esta quarta-feira a Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

A APA é a entidade pública responsável pela monitorização das arribas e falésias da costa do Algarve e explicou que esse é um trabalho de "rotina" que faz todo o ano, mas é "densificado" quando se verificam condições meteorológicas adversas ao nível da precipitação e da agitação marítima.

"Durante o período da referida tempestade, entre 28 de fevereiro e [terça-feira] 6 de março, foram já identificados 18 desmoronamentos das arribas, nos concelhos de Albufeira, Lagoa e Portimão. O desmoronamento de ontem [terça-feira] na praia dos Careanos corresponde ao 18.º e foi a derrocada de maiores dimensões associada a este evento, mobilizando volume de cerca de 200 metros cúbicos" de detritos, quantificou a APA num comunicado.

A mesma fonte anunciou que vai manter a "rotina de observação e registo" das arribas até maio, para definir antes do início da época balnear se é necessário intervir com máquinas para estabilizar zonas que apresentem risco elevado de desmoronamento.

Além das "intervenções tendentes a minorar o risco associado à geodinâmica das arribas" e "eventuais derrocadas controladas", será também feito até ao início da época balnear "o reforço da sinalização" ou a "implantação de balizamento".

A APA reiterou a necessidade de ter em conta que as arribas são "naturalmente instáveis" e as pessoas devem "evitar permanecer e/ou circular na sua base ou no topo, particularmente durante estes episódios" de mau tempo.

"Nos períodos de incidência de agitação marítima, de tempestade ou de forte precipitação, as campanhas de observação são densificadas, uma vez que os eventos de desmoronamento das arribas são frequentemente desencadeados durante esses episódios", justificou.

O organismo público precisou que, como "autoridade de gestão costeira do Algarve, iniciou a observação e registo de desmoronamentos em 1995" e, "desde 2002, como rotina, anualmente são realizadas campanhas de observação por terra, mar (a bordo de embarcação com a Autoridade Marítima) e ar (a bordo de uma aeronave)".

Na terça-feira, foi registada a última derrocada, quando uma arriba com cerca de 10 metros de altura se desmoronou na praia dos Careanos, em Portimão, no Algarve, sem registo de vítimas, disse na ocasião à agência Lusa o capitão do porto local.

"A ocorrência foi ouvida e testemunhada por pessoas que telefonaram para nós a dizer o que tinha acontecido, foi-nos logo reportado que não estaria lá ninguém, mas de qualquer dos modos fomos confirmar", disse o capitão do porto de Portimão, frisando que ninguém foi atingido.

Já na segunda-feira, a Autoridade Marítima Nacional (AMN) alertou a população para a possibilidade de derrocadas de arribas e costas rochosas, por a sua estabilidade poder ter sido afetada pelo mau tempo, estendendo o alerta a "toda a população do continente, Madeira e Açores, e em particular à costa sul algarvia".

A AMN pediu à população para se afastar das arribas e de zonas de costa rochosas afetadas, "evitar passeios tanto junto à base, como no topo destes locais" e "cumprir e respeitar a sinalização e as indicações das autoridades".

Comentários
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  • Para refletir...
    07 mar, 2018 Almada 19:27
    Para os cientistas, pode chover sempre sem parar, ou a chuva pára porque acaba a água que está lá em cima? Parece que a chuva não vai parar mais, só quando der cabo de tudo! Não sei se reparam, mas só está a chover em Portugal e em parte de Espanha!
  • Regulo
    07 mar, 2018 lisboa 14:28
    Porque caiem as arribas?Cientistas independentes e não políticos pronunciem-se.
  • Neca
    07 mar, 2018 lisboa 14:26
    Aqui n há lei sobre donos das arribas como lei sobre fogos.Em zonas criticas em q estão em risco habitações deixem de inventar vejam como fazem em países civilizados e atuem se houver euros.Se não houver milho em euros a natureza seguirá seu curso destrutivo.A roda já está inventada,se pode ser aplicada em Portugal n sei.

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