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Operação e-toupeira. Funcionários Judiciais “preocupados” e com “muitas dúvidas”

06 mar, 2018 - 20:41 • Paulo Gonçalves passa noite na PJ. Quarta-feira é presente a juiz , Benfica desmente contratação de sobrinho de funcionário judicial

Há um funcionário judicial detido e o sindicato irá apoiá-lo nas questões jurídicas.

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O presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais, Fernando Jorge, diz que a operação e-toupeira causa “preocupação” e motiva "muitas dúvidas”.

Em causa está uma rede alegadamente montada junto do sistema judicial para recolher informações de processos que decorrem no Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa sobre o clube e clubes rivais. O assessor jurídico é suspeito de distribuir prendas a funcionários judiciais para obter informações de processos.

A Polícia Judiciária (PJ), no âmbito da operação "e-toupeira", deteve Paulo Gonçalves e um funcionário judicial por indícios de corrupção, acesso ilegítimo, violação de segredo de justiça, falsidade informática e favorecimento pessoal.

“Causa uma grande preocupação e uma grande tristeza estarem funcionários judiciais envolvidos nesta situação, nesta polémica. Mas temos poucos elementos, apenas sabemos o que está a ser divulgado pela Comunicação Social e alguns dados já são contraditórios”, afirmou Fernando Jorge, à Renascença.

“Temos de esperar alguns dias, ou pelo menos até ao interrogatório de amanhã, porque há aqui muitas situações que temos dificuldade em perceber”, acrescentou.

O dirigente sindical questiona, nomeadamente, o acesso pelo programa Citius, a processos de outros tribunais, questões que o Sindicato espera ver esclarecidas. Entretanto, vai dar apoio jurídico ao colega que está detido no âmbito desta investigação.

"O programa Citius dá possibilidade aos funcionários judiciais tenham acesso apenas aos processos que estão nos seus tribunais, há apenas coordenadores que têm acesos há área de coordenação", afiança Fernando Jorge.

Em comunicado, a PJ revelou a realização de 30 buscas nas áreas do Porto, Fafe, Guimarães, Santarém e Lisboa que levaram à apreensão de "relevantes elementos probatórios". Estão a ser investigados crimes de corrupção passiva e ativa, violação do segredo de justiça, favorecimento pessoal e falsidade informática/cibercrime.

Paulo Gonçalves tinha sido constituído arguido em 19 de outubro de 2017, no âmbito do caso dos emails e na sequência de buscas da Polícia Judiciária ao clube.

Desde maio que o diretor de comunicação do FC Porto, Francisco J. Marques, tem acusado o Benfica de influenciar o setor da arbitragem e apresentou alegadas mensagens de correio eletrónico de responsáveis 'encarnados', nomeadamente de Paulo Gonçalves e Luís Filipe Vieira.

De acordo com informações avançadas pela revista Sábado, também terá sido detido um técnico de informática do Instituto de Gestão Financeira e Equipamento da Justiça (IGFEJ), por suspeitas de corrupção passiva.

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