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Eslováquia. Ministro da Cultura demite-se após assassinato de jornalista

28 fev, 2018 - 18:39

O jornalista Jan Kuciak e a namorada foram assassinados em casa.

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O ministro da Cultura eslovaco, Marek Maradic, apresentou a demissão na sequência do assassinato de um jornalista de investigação e da sua companheira.

"Como ministro da Cultura, não consigo admitir que um jornalista tenha sido assassinado no decurso das minhas funções", referiu Maradic, membro do partido social-democrata Smer-sd, do primeiro-ministro Robert Fico.

Os corpos do jornalista Jan Kuciak, 27 anos, e da sua companheira, Martina Kusnirova, foram encontrados no domingo na sua casa em Velka Maca, a cerca de 65 quilómetros a leste de Bratislava.

O site da internet Aktuality.sk, onde Kuciak trabalhava, referiu que o jornalista tinha estado a investigar atividades da máfia italiana na Eslováquia, e possíveis ligações com pessoas próximas de Fico.

A ministra da Justiça, Lucia Zitnanska, de um partido menor da coligação no poder, assinalou ser "absolutamente inaceitável" que alguém com ligações ao crime organizado mantenha cargos no Governo.

O homicídio já foi condenado por dirigentes da União Europeia e outras organizações internacionais.

O site e outros meios do mesmo grupo publicaram uma versão inacabada do artigo de Kuciak sobre as alegadas relações políticas de empresários italianos suspeitos de estarem ligados à máfia calabresa 'Ndrangheta', que operaria no leste da Eslováquia.

Alguma imprensa fez eco deste artigo, suscitando críticas do primeiro-ministro, que mostrou aos jornalistas várias pilhas de notas, representando um prémio de um milhão de euros para qualquer informação que possa ajudar a encontrar os responsáveis do crime.

"Relacionar, sem provas, pessoas inocentes a um duplo homicídio é passar da linha", disse o chefe do Governo.

O duplo homicídio foi cometido entre quinta-feira e domingo e a polícia encontrou munições em torno dos corpos das vítimas.

Este caso na Eslováquia ocorre depois de, em Malta, ter sido morta a jornalista Daphne Caruana Galizia, que denunciou crimes e corrupção na ilha do Mediterrâneo.

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