21 fev, 2018 - 15:27 • Eunice Lourenço , enviada especial a São Tomé e Príncipe
Na praia de Fernão Dias foram mortos centenas de santomenses vítimas do que é conhecido por "massacre de Batepá", ocorrido em 1953. Um episódio de "desrespeito das pessoas e das comunidades" que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, assinalou esta quarta-feira.
"Presto respeito e homenagem a todos aqueles que lutaram pela liberdade e em particular aqueles que morreram pela liberdade faz agora, precisamente, 65 anos", começou por dizer Marcelo junto ao monumento que assinala o massacre e que foi inaugurado há dois anos.
O "massacre de Batepá" foi desencadeado pelo então governador de São Tomé, Carlos Gorgulho, depois de muitos santomenses se recusarem a trabalhar, de forma forçada, nas obras públicas e nas plantações de café e cacau.
"Portugal assume a sua história em tudo aquilo que tem de bom e de mau e assume, nomeadamente e de forma especial, neste instante e neste memorial aquilo que foi o sacrifício da vida e o desrespeito da dignidade de pessoas e comunidades", continuou o Presidente depois de ter colocado uma coroa de flores no monumento.
"É reconhecendo o que foi p passado e construindo todos os dias o presente e edificando um futuro fraternal, de amizade profunda e constante entre Estados, entre pátrias e entre povos que estaremos, uns e outros, a construir o mesmo desígnio: ter a pessoa, cada pessoa concreta, como princípio e fim da nossa atividade coletiva", concluiu Marcelo Rebelo de Sousa.
Além de centenas de mortos, foram também presos muitos santomenses que foram defendidos por um advogado português, Manuel João da Palma Carlos, que conseguiu a sua libertação.