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Facebook, Twitter e Google processados por ajudar Estado Islâmico

21 fev, 2018 - 10:18

A autora da queixa é uma norte-americana que sobreviveu aos ataques em Paris.

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Mandy Palmucci, que assistiu aos ataques de 2015 em Paris, decidiu processar as redes sociais Facebook, Twitter e o motor de busca Google por permitirem o acesso de terroristas do Estado Islâmico.

No processo que foi registado na semana passada, a mulher recorda a sua viagem a Paris em novembro de 2015. Quando os ataques ocorreram, estava num café onde morreram 12 pessoas, um momento que lhe provocou danos emocionais.

Os ataques de 13 de novembro, que ocorreram em simultâneo no estádio nacional, numa sala de concertos e em diversos cafés, foram mais tarde reivindicados pelo Estado Islâmico.

Sem aquelas plataformas digitais, o "crescimento do Estado Islâmico nos últimos anos do grupo terrorista mais temido do mundo não teria sido possível", alega Mandy Palmucci.

No Twitter, por exemplo, o Estado Islâmico tem, desde 2014, cerca de 70 mil contas, das quais 79 são oficiais. E publica em média 90 tweets por minuto. “É uma taxa surpreendente”, refere.

A queixosa descreve ainda o histórico deste grupo terrorista nas redes sociais, lembrando o vídeo publicado no Youtube com a decapitação do jornalista norte-americano.

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Facebook reage, Twitter e Google em silêncio

O Facebook já respondeu às acusações e, em comunicado divulgado pelo “Chicago Sun-Times”, mostra-se “solidário com as vítimas do atentado e as suas famílias” e garante estar “empenhado em fornecer um serviço que as pessoas se sintam seguras em usar”.

“Os nossos padrões deixam claro que não há espaço no Facebook para grupos que se envolvam em atividades terroristas ou conteúdo que expresse apoio a tal atividade. Conteúdos desse tipo são removidos assim que nos sejam reportados”, acrescenta a nota.

Da parte da Google e do Twitter ainda não houve qualquer declaração.

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  • António Costa
    21 fev, 2018 Cacém 12:19
    E nos ataques às torres gémeas, em 11 de Setembro de 2001 também a culpa foi das "plataformas digitais"? Ou a culpa, não será antes de quem financia e treina esses grupos? O "Estado Islâmico" não chegou do "planeta Marte"! Os grupos extremistas islâmicos sempre existiram e os seus patrocinadores "intocáveis" são de todos conhecidos!

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