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Igreja celebra jornada de oração e reflexão contra o tráfico de pessoas

08 fev, 2018 - 14:48

A memória litúrgica de Santa Josefina Bakhita, que foi traficada em criança, é usada pela Igreja para alertar para este drama humano.

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O Papa renovou esta quinta-feira os seus apelos contra o tráfico de pessoas, no dia em que a Igreja Católica celebra uma jornada anual de oração e reflexão sobre o tema.

“Com espírito de misericórdia, acolhamos as vítimas do tráfico de pessoas e aqueles que fogem da guerra e da fome”, escreveu Francisco, na sua conta @pontifex, do Twitter.

A Igreja Católica promove anualmente, a 8 de fevereiro, a sua jornada mundial de oração e reflexão contra o tráfico de pessoas, com o tema “Migrações sem tráfico. Sim à liberdade! Não ao tráfico!”.

Na quarta-feira, o Papa denunciou no Vaticano a “chaga vergonhosa” do tráfico de pessoas, pedindo empenho no combate a redes criminosas que exploram imigrantes.

“Convido todos os cidadãos e instituições a unirem as suas forças para prevenir o tráfico e garantir proteção e assistência às vítimas”, apelou, no final da audiência pública semanal, que decorreu no auditório Paulo VI.

Francisco sublinhou que perante as “poucas possibilidades” de encontrarem “canais regulares” para chegarem ao destino desejado, “muitos migrantes decidem aventurar-se por outros caminhos, onde muitas vezes os esperam abusos de todo o tipo, exploração e redução à escravidão”.

“As organizações criminosas, dedicadas ao tráfico de pessoas, usam estas rotas migratórias para esconderem as suas vítimas, entre os migrantes e refugiados”, advertiu.

Esta jornada anual foi estabelecida pelo Papa Francisco em 2015 e é celebrada na memória litúrgica de Santa Josefina Bakhita, uma religiosa do Sudão que foi vítima do tráfico, quando era criança.

“Rezemos todos para que o Senhor converta o coração dos traficantes – é uma feia palavra, esta, traficantes de pessoas – e dê a esperança de recuperar a liberdade aos que sofrem por causa desta chaga vergonhosa”, disse o pontífice.

Antes da audiência, o Papa Francisco recorreu à rede social Twitter para se insurgir contra este crime.

“O tráfico de seres humanos é uma ferida no corpo da humanidade contemporânea, uma chaga na carne de Cristo. Trata-se de um delito contra a humanidade”, escreve, numa mensagem replicada pela secção “Migrantes&Refugiados” (@M_RSeccao), do dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral (Santa Sé).

Esta secção, presidida interinamente pelo próprio Papa, divulga um conjunto de orientações para a jornada desta quinta-feira, apelando ao compromisso pessoal de todos na luta contra o tráfico humano.

Outra iniciativa para combater o tráfico humano foi a criação do chamado ‘Grupo de Santa Marta’, que dá início às atividades de 2018 reunindo-se entre hoje e amanhã no Vaticano, sob a presidência do arcebispo de Westminster, cardeal Vincent Nichols, e a participação de instituições policiais, além de bispos, sacerdotes e pessoas consagradas.

Na sexta-feira, o Papa vai conceder uma audiência aos promotores do Dia Mundial de Oração e Reflexão contra o Tráfico de Pessoas e responsáveis do Grupo Santa Marta.

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