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Autoeuropa. Trabalhadores e administração voltam a discutir horários de trabalho

11 jan, 2018 - 07:31

Face à boa aceitação do novo veículo T-Roc produzido em Palmela, a administração entende ser necessário um sexto dia de produção em cada semana.

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A Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa e a administração da empresa regressam esta quinta-feira à mesa das negociações sobre os novos horários de trabalho, na esperança de alcançarem um acordo que garanta a paz social na fábrica de automóveis de Palmela.

O diferendo sobre os novos horários, que já vem do ano passado, esteve na origem da primeira greve por motivos laborais na fábrica de Palmela e provocou a queda da anterior Comissão de Trabalhadores, devido à rejeição de um pré-acordo que tinha sido negociado com a administração da fábrica.

A nova Comissão de Trabalhadores liderada por Fernando Gonçalves, que, entretanto, foi eleita, negociou um segundo pré-acordo, mas os trabalhadores voltaram a rejeitar a proposta por larga maioria, o que levou a administração da fábrica a avançar, unilateralmente, com um horário transitório que deverá vigorar de Fevereiro a Julho deste ano.

Face à boa aceitação do novo veículo T-Roc produzido na fábrica da Volkswagen em Palmela, que só este ano deverá ter uma produção de 240 mil unidades, a administração da Autoeuropa entende que é necessário mais um sexto dia de produção em cada semana, mas os trabalhadores contestam a obrigatoriedade de trabalharem ao sábado.

A remuneração dos sábados também é motivo de polémica entre as partes. A administração garante que vai pagar os sábados como trabalho extraordinário, mas os sindicatos afectos à CGTP disseram, na quarta-feira, em conferência de imprensa, que a Autoeuropa quer fazer o pagamento dos sábados como um dia normal de trabalho.

Em comunicado dirigido aos trabalhadores da Autoeuropa no passado mês de Dezembro, na sequência da rejeição dos dois pré-acordos laborais, a administração da fábrica anunciou a intenção de avançar com um horário de produção de 17 turnos semanais, distribuídos por seis dias.

Na referida comunicação a empresa prometia também pagar os sábados a 100%, acrescidos de mais 25% caso fossem cumpridos os objectivos de produção trimestrais.

Apesar de várias reuniões já realizadas entre as partes, a administração e trabalhadores ainda não chegaram a uma solução que permita colocar um ponto final naquele que já é o maior conflito laboral de sempre na fábrica de automóveis de Palmela.

Para além dos cerca de 5.000 trabalhadores da Autoeuropa, há mais três mil que pertencem a outras fábricas do parque industrial da Autoeuropa, que dependem da fábrica de Palmela, tal como muitos outros trabalhadores de diversas unidades industriais que têm como principal cliente a fábrica de automóveis de Palmela.

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  • Alberto
    11 jan, 2018 Funchal 16:35
    Agora, quem já cai na estupidez é a VW; ainda não entenderam que devem sair de Portugal? Se ficarem, a CGTP até vai exigir que levem o ordenado a casa com hora marcada.
  • CAMINHANTE
    11 jan, 2018 LISBOA 15:32
    Reitero o que tenho comentado sobre a matéria: pensem bem no que andam a exigir. Ontem ouvi o Sr. Arménio Carlos da CGTP, num dos canais de TV. Não me convenceu. O que está em jogo é de elevada responsabilidade. Trabalhar ao Sábado é normal para milhares de Portugueses de várias áreas. Os dos Centros Comerciais, Super e Minimercados, por exemplo... uma indústria ( como é o caso) não pode ser reduzida ao ideal de trabalhar apenas os 5 dias úteis... estão a "esticar a corda" em excesso, como diz o povo, pese embora os argumentos idealmente compreensíveis... mas a realidade dura da vida é outra e não são só os próximos tempos que estão em causa... é o futuro um pouco mais alargado no tempo. E em causa estão sim postos de trabalho, ou seja sustento da famílias e a própria Economia do País ( ou seja outros postos de trabalho e outras famílias). Sendo que os trabalhadores da Auto Europa são dos mais bem pagos do País. Há outros Estados disponíveis para receber fábricas de automóveis e com condições mais favoráveis aos proprietários e accionistas das mesmas . É uma questão de correlação de forças. Nem sempre o que é desejável ou "filosoficamente" correcto se pode exigir e plasmar no concreto. A vida é assim.

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