Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Carta aberta defende legalização da canábis para fins medicinais

09 jan, 2018 - 09:45

Documento já recolheu cerca de cem assinaturas, na maioria de médicos, psicólogos e enfermeiros. Subscritores recordam que efeitos benéficos podem e devem ser colocados ao serviço das pessoas.

A+ / A-

Cerca de 100 subscritores da área da saúde, entre eles vários médicos de medicina geral, neurologistas, oncologistas, psicólogos e investigadores, assinam uma carta aberta, divulgada esta terça-feira, a pedir a legalização da canábis para fins medicinais.

Na carta, os subscritores recordam os "inúmeros efeitos medicinais" da canábis e defendem que estes podem e devem ser colocados ao serviço das pessoas.

"A investigação científica tem revelado dados consistentes e sistemáticos sobre os efeitos benéficos desta planta no controlo da dor, na regulação do apetite, no controlo de sintomas associados a doenças neuromusculares, no tratamento do glaucoma, na diminuição dos efeitos secundários negativos que resultam de tratamentos oncológicos, entre muitas outras situações", recordam.

Os subscritores, entre eles o médico João Semedo, o primeiro presidente da Autoridade do Medicamento (Infarmed), José Aranda da Silva, e o médico e presidente do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, Henrique Barros, recordam que muitos países já legalizaram a prescrição da cannabis, dando como exemplos o Canadá, a Dinamarca a Argentina e o México.

"Nestes países, a canábis pode ser utilizada pelos médicos como uma ferramenta terapêutica eficaz e segura e está disponível e acessível aos doentes. Infelizmente, esta ainda não é uma realidade em Portugal", recordam, numa carta aberta divulgada na semana em que a Assembleia da República vai debater projectos de lei do Bloco de Esquerda e do PAN sobre a matéria.

Medida eficaz e segura

O médico oncologista Jorge Espírito Santo e o advogado e professor de psicologia criminal Carlos Poiares também fazem parte da lista de subscritores, além de diversos investigadores e de utilizadores de cannabis para fins terapêuticos.

Segundo defendem, a legalização "permitiria o acesso à canábis em condições reguladas e com garantia de qualidade e segurança, por parte dos milhares de doentes que dela poderiam beneficiar".

"A legalização permitiria a melhoria da qualidade de vida dessas muitas pessoas e um maior e melhor acesso ao tratamento mais adequado ao seu estado de saúde", sublinham.

Os cerca de 100 subscritores defendem que a legalização para fins medicinais "deve avançar rapidamente e tornar-se uma realidade em Portugal".

"É uma medida eficaz e segura, baseada em evidência científica e na experiência internacional, que irá acrescentar uma opção importante ao arsenal terapêutico disponível para as situações em causa", insistem, apelando aos partidos representados na Assembleia da República para que "tornem esta medida possível".

Tópicos
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Pedro Jesus
    10 jan, 2018 Sintra 11:24
    Mais um bom livro que eu aconselho vivamente a ler. Marijuana a medicina proibida. No seu título original, “ Marihuana, the forbidden medicine. Do doutor Lester Grispoon, M.D. e James B. Bakalar de 1997.” Simplesmente a Planta mais versátil do mundo. Tanto a nível medicinal como industrial, a nível recreativo é muito segura pois comparada com outras drogas como o álcool que pode ser letal. Ela não o é! Já para nao dizer que só nos podemos divertir com moderação claro, com o álcool... Sim sou à favor da libertação da planta mais versátil do mundo com responsabilidade, informação e consumo com moderação! Bem hajam, PAZ
  • Filipe
    09 jan, 2018 évora 12:27
    Mas afinal quantos são alegadamente os doentes a morrer por não fumarem essa droga ? Querem é com isto poderem aparecer milhares de doentes para fumarem droga sem darem conta na justiça , cambada de drogados famintos ! Existem sempre medicamentos alternativos , mas também já agora que legalizem as plantas do género Ephedra para os desportistas não acusarem Doping , os Gregos já a fumavam e tomavam !

Destaques V+