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Antigo ministro alerta: Volkswagen pode levar Autoeuropa para Marrocos

09 jan, 2018 - 08:58

Administração reúne-se com a comissão de trabalhadores e com o sindicato mais representativo da empresa para debater os novos horários.

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O antigo ministro da Indústria do Governo de Cavaco Silva, que negociou a vinda da fábrica para Portugal, teme pelo futuro da Autoeuropa. Mira Amaral pede "bom senso" nesta nova fase de negociações e avisa que há um “forte risco” do fabricante levar a produção para Marrocos ou para a República Checa.

Numa entrevista ao “Diário de Notícias”, Mira Amaral diz que, depois de amortizado o investimento da marca na fábrica portuguesa, a Autoeuropa fica em situação de desvantagem em relação a outras fábricas, se se mantiver o impasse entre trabalhadores e administração.

O antigo governante dá o exemplo da República Checa ou de Marrocos, como locais que têm recebido investimentos da indústria automóvel europeia, e classifica o investimento feito pela Volkswagen em Portugal como "fabuloso" dizendo que os trabalhadores que "não querem trabalhar ao sábado, têm de ser realistas".

Mira Amaral diz que sente “desgosto”, “pessimismo” e “preocupação” relativamente à actual situação da fábrica de Palmela.

A administração da Autoeuropa reúne-se, esta terça-feira, com a comissão de trabalhadores e com o sindicato mais representativo da empresa para debater os novos horários. Os trabalhadores ainda querem alterar o horário transitório anunciado unilateralmente pela empresa, para vigorar de Fevereiro a Julho deste ano.

Depois da rejeição de dois pré-acordos sobre os novos horários negociados previamente com os representantes dos trabalhadores, a administração da Autoeuropa anunciou a imposição de um novo horário transitório, para vigorar no primeiro semestre de 2018, e a intenção de dialogar com a Comissão de Trabalhadores (CT) no que respeita ao horário de laboração contínua, que deverá ser implementado em Agosto, depois do período de férias.

O novo horário transitório, que entra em vigor nos últimos dias deste mês, com 17 turnos semanais, prevê o pagamento dos sábados a 100%, equivalente ao pagamento como trabalho extraordinário, acrescidos de mais 25%, caso sejam cumpridos os objectivos de produção trimestrais.

Os trabalhadores da Autoeuropa aprovaram em Dezembro uma proposta para uma greve de dois dias, em 2 e 3 Fevereiro.


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  • maria
    10 jan, 2018 Setúbal 15:12
    Os sindicatos querem amas e creches pagas pela empresa? Tá tudo doido? Os hospitais, os bombeiros os empregados de supermercados também haviam de ter direito também trabalham aos fins de semana. Os trabalhadores da auto - europa parece é que estão cansados das regalias que a empresa lhes dá se fosse comigo era RUA , não querem trabalhar dêem lugar a outro e tenham um bom fim semana co os seus filhos se calhar é melhor estarem com os filhos do que lhe proporcionar uma vida digna.
  • Rui
    10 jan, 2018 Lisboa 09:16
    A Toyota quer abrir uma fábrica em Portugal.
  • António dos Santos
    09 jan, 2018 Coimbra 21:48
    Só acontece, por duas razões: 1. Se os trabalhadores, continuarem a ouvir os sindicatos, fundamentalmente a CGTP, pois estes pseudo-sindicalistas, não estão para defender os interesses dos trabalhadores, mas sim, políticos (PCP); 2. Os trabalhadores da Auto Europa, estão mal habituados e não se querem sacrificar e só pensam neles e não estão minimamente interessados, nos interesses de Portugal. Sendo assim, se a Auto Europa for para Marrocos, os trabalhadores serão despedidos, mas o país de retribuir-lhes e não lhes dar o Subsídio de Emprego, porque eles foram despedidos com justa causa e não merecem a caridade dos portugueses.
  • Filipe
    09 jan, 2018 évora 18:16
    O objetivo da VW e outros construtores da Europa , passa por produzirem veículos a custo zero baseado nos incentivos Europeus e afins . Com o fim do automóvel a gasóleo previsto para breve e a substituição para o elétrico , muito vai mudar nos sistemas em vigor hoje de construção .
  • defesa central do co
    09 jan, 2018 Lisboa 12:55
    Depois de enganado,não confies nem no automóvel dado. Sempre fui cliente VW,com familia numerosa,com 3 Sharan em 15 anos. Agora considero uma aventura qualquer modelo diesel da marca.Deviamos castigar ainda mais a SIVA,pela desonestidade com que tratou os seus clientes,pois em Portugal chegou a vender em campanhas viaturas com o problema conhecido.NÃO comprem carros novos de marca,esta como outras vendem o refugo aos paises com menor volume de vendas.nota: sou particular,não negoceio ,mas penso que mais vale comprar novo no pais de origem,para os de casa guardam a 1a escolha.É a espécie humana no seu pior........
  • carlos
    09 jan, 2018 gaia 12:31
    E os TRABALHADORES também vão? Se assim for não perdemos muito pois ao fim do mês sempre irão transferir algum.
  • DR XICO
    09 jan, 2018 LISBOA 11:06
    E nós ralados a CGTP manda o Costa nacionalizar a Auto Europa e não precisamos dos alemães para nada, em vez de carros e jipes metemos lá motorizadas Famel Zundapp, a Casal e vendemos tudo aos nossos amigos da Coreia do Norte e Venezuela.
  • Cidadao
    09 jan, 2018 Lisboa 10:32
    Claro que pode. Mas isso pode sempre, e basta verem que os benefícios que recebem do Governo, em isenções de impostos, subsídios, etc, são curtos porque há quem dê mais, e poem-se logo a andar, sejam os trabalhadores escravos-mudos, ou não. Vir dizer que saem de cá porque os trabalhadores da AutoEuropa, deixaram de curvar a espinha a tudo, é falácia. Só de cá saem, a partir do momento em que lucram mais noutras paragens. Mas espero bem que o pessoal da AutoEuropa, veja bem o chão que pisa e sobretudo que veja o que aconteceu com o pessoal da Opel: estão cheios de direitos, não têm é fábrica onde trabalhar.
  • 09 jan, 2018 Lisboa 10:06
    Antes que se enterre, antes que os sindicatos a destruam, já lá deveria estar há muito tempo, veja o prejuízo que já teve com a actividade circense dos sindicatos. Querem ter mais prejuízos???
  • Sai palha
    09 jan, 2018 Lisboa 10:01
    Alertas do Mirra Amarral, são para levar a serio? Estão recordados de ele dizer que o eucalipto era o petóleo verde de Portugal?´Pois, é. Será que ele agora é CEO da VW na Alemanha? Ou Ministro da Industria em Marrocos. País de bruxos e de velhos do Restelo, o nosso.

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