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Bastonária da Ordem dos Enfermeiros. “Caos instalado” na maioria das urgências

30 dez, 2017 - 20:20

Ana Rita Cavaco diz que o hospital de Faro é um dos mais problemáticos.

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A bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, denuncia, em declarações à Lusa, "o caos instalado na maior parte das urgências do país" e apelou ao Ministério da Saúde que "tome uma atitude".

"O que se está a passar é aquilo que nós já tínhamos antecipado quase há dois meses, quando denunciámos que o Ministério das Finanças não tinha autorizado pela primeira vez - nunca aconteceu isto em nenhum ano, não autorizar - a contratação dos enfermeiros necessários para o período de contingência da gripe", começou por dizer a bastonária da Ordem dos Enfermeiros.

"Portanto, sem profissionais e com novos serviços - ditos serviços para gripe que são abertos nesta altura -, os doentes acumulam-se, os tempos de espera aumentam e está o caos instalado na maior parte das urgências do país", apontou Ana Rita Cavaco.

Questionada pela agência Lusa sobre quais são os hospitais mais críticos, Ana Rita Cavaco deu o exemplo de Faro, onde esteve o presidente da secção regional do Sul da Ordem, "porque inclusive um enfermeiro da triagem foi ameaçado, as pessoas não compreendem, estão desesperadas".

Ou seja, está-se "a falar de tempos de espera superiores a 20 horas, isto para os menos urgentes, porque para os laranjas que são os muito urgentes", os tempos de espera são "de seis horas", o que "é inadmissível", continuou Ana Rita Cavaco.

Também os Hospitais da Universidade de Coimbra estão a ser afectados, segundo a bastonária, que apontou que no serviço de urgência os doentes estão "todos misturados, doentes com meningite, doentes com outras infecções, não há controlo de infecção".

Neste hospital "estavam mais de 170 pessoas na urgência, mais 30 à espera de ser triadas", disse.

No caso do hospital de Leiria, foram retirados "enfermeiros dos cuidados intensivos, deixando esses doentes em insegurança para pôr os enfermeiros nas urgências porque não têm", denunciou.

"Portanto, apelamos aos conselhos de administração que vos digam a verdade, das dificuldades que estão a ter, e ao ministério da Saúde que tome uma atitude. O senhor ministro tem que se responsabilizar por este caos que já se esperava no pico da gripe e ainda agora começou, porque vai piorar", salientou a representante dos enfermeiros.

Questionada sobre se a Ordem tentou falar com o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, Ana Rita Cavaco afirmou: "Nós não conseguimos falar com o senhor ministro da Saúde desde julho, é uma pena, mas de facto não há da parte dele disponibilidade para falar com os representantes do maior grupo profissional da saúde".

Apesar disso, acrescentou, a Ordem dos Enfermeiros tem alertado "para o que se está a passar no terreno e para a falta de condições dos enfermeiros poderem trabalhar".

"Neste momento não têm condições nenhumas para trabalhar", garantiu, apelando ainda aos media para que se visitem os hospitais para constatar no terreno o que se está a passar.

Comentários
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  • Cidadão
    01 jan, 2018 Planeta Terra 01:50
    Ao JSousa, A minha esposa trabalha num!!! sei do que falo. Em Janeiro de 2017 fui parar ao S.José com rotura muscular parcial num acidente de trabalho. Fui tratado como um estrupicio/estorvo, como se não fosse um cidadão de pleno direito que contribui (impostos/taxas) com o que o Estado quer para o manter. Novamente JSousa, sei do que falo!! Note, eu NÃO DISSE que há 4 anos é que era bom (lamento que lá tenha ido parar, independentemente do ano ). Mas porque tenho na família que lá ponha os pés todos os dias e faça banco de urgência, SEI DO QUE FALO!!! Vê-lo JSOUSA a escrever duas linhas e a desconsiderar a Bastonária da OE por causa das suas palavras... JSOUSA, repito, CHEIRA A AVENÇADO DO GOVERNO!!!
  • A XUXALADA
    01 jan, 2018 Prt 00:54
    No problema, nao gostam de caranguejolas nem de cavaquismos, pudera, mas estao no paraiso, durante as socratinas, e as geringoncas, que gastam o que tem e nao tem, e poe o Pais a pedir resgates.
  • Ao geringonco AO
    01 jan, 2018 LX 00:38
    Ha Quatro anos nao havia as greves que ha hoje, agora e um regabofe, tal como a geringonca. Depois dormem na cama que fazem.
  • Filipe
    31 dez, 2017 évora 22:18
    Eles adoram esta fita e até a provocam para terem os aumentos que imploram , para mais tem as seguradoras a pressionar para manterem os cartões de saúde e anuidades pagas a fim de manterem esses enfermeiros os lugares das horas vagas nos privados .
  • ao cidadão
    31 dez, 2017 port 14:04
    De certeza que não estiveste nas urgências dos hospitais, há 4 anos...Tiveste sorte! Não sofreste a governação da caranguejola!
  • esta personagem
    31 dez, 2017 pt 13:58
    é uma reminiscência cavaquista!...Confunde a árvore com a floresta para o lado que melhor lhe dá!
  • o maior caos
    31 dez, 2017 lx 13:54
    é esta bastonaria!...Faz politica do contra, como boa militante Passista que é! Será que se lembra do caos nas urgências nos anos em que o seu querido lider foi primeiro-ministro? O que fez ela? Nem um pio!...
  • JULIO
    31 dez, 2017 vila verde 09:38
    Os vigaristas da geringonça não empobressem o pais MATAM-NO ANTAS DO TEMPO
  • Cidadão
    31 dez, 2017 Planeta Terra 03:27
    Ó J.Sousa, é por acaso algum avençado do desGoverno PS geringonça? Por acaso leu a notícia? Devias ser tu especado numa sala de espera de urgência para sentir no corpo o que é bom.. ou não!!!
  • LM
    30 dez, 2017 parede 22:30
    Apesar da OE alertar estas situaçoes que poem em causa a segurança dos utentes no SNS, obtemos sempre a mesma resposta dos governanetes que afirmam que as situaçoes estao assuguradas, só posso concluir que eles vivem noutro mundo á parte longe da realidade do dia a dia. Nao é por acaso que os enfermeiros iniciaram uma forte contestaçao neste ano, os TDT fizeram greve por tempo ilimitado e os medicos estao a assinar um documento de desresponsabilizaçao no SNS. Deixo aqui a pergunta ao Sr Ministro, será que quer continuar a afirmar que o SNS dá uma resposta cabal e assegura os cuidados necessaários á populaçao?

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