27 dez, 2017 - 15:52
O antigo Presidente dos Estados Unidos Barack Obama alerta para a utilização irresponsável das redes sociais.
Numa improvável entrevista concedida ao príncipe Harry, do Reino Unido, e transmitida pela estação BBC 4, Obama pediu responsabilidade a todos os que ocupam cargos de liderança para não “corroerem” o discurso na praça pública.
Sem se referir ao actual Presidente Donald Trump, conhecido pelas suas polémicas mensagens no Twitter, Obama mostrou-se preocupado com a possibilidade de a realidade ser distorcida nas redes sociais.
“Todos nós que ocupamos cargos de chefia temos que encontrar formas de recriar um espaço comum na internet. Um dos perigos da internet é que as pessoas podem ter realidades completamente diferentes. Podem ficar apenas envoltos em informações que reforçam os seus preconceitos”, disse em resposta a uma barragem de perguntas do príncipe Harry.
Para o antigo Presidente norte-americano, é preciso aproveitar uma tecnologia que permite a divulgação de diferentes opiniões e perspectivas, mas evitar que isso leve a uma “balcanização da sociedade”.
Obama defende que o contacto cara a cara pode ajudar a contrariar as visões extremas.
“As redes sociais são uma ferramenta poderosa para as pessoas com interesses comuns se juntarem, se conhecerem e ficarem ligados. Mas depois é importante que também fiquem ‘offline’, que se encontrem no bar, no local de oração, nos bairros e que se conheçam”, afirma o antigo Presidente.
Nesta entrevista, Obama disse que, apesar de todos os problemas, olha para o futuro do mundo com optimismo.
"Se assumirmos a responsabilidade de estarmos envolvido no nosso próprio destino, se participarmos, se nos envolvemos, se falarmos, se trabalharmos em nossas comunidades, se fizermos voluntariado, então todos os problemas que enfrentamos são resolúveis apesar de todas as terríveis notícias.”
“Se pudesse escolher uma altura da história humana para nascer seria hoje, porque o mundo está mais rico, saudável, com mais educação e mais tolerante, mais sofisticado e menos violento”, conclui Obama.